Reunindo representantes de clubes de futebol, Governo do Estado,
arquitetos e desportistas do estado, a audiência discutiu se seria
viável a intenção do Executivo em transformar o local em uma
praça-parque, para uso contínuo da população na prática de diversos
esportes, ou se deveria haver a reforma do estádio e retorno de jogos de
futebol profissionais no equipamento público.
Representando o Estado, a procuradora Marjorie Madruga criticou a
situação de abandono do estádio e disse que, pelas normas que regem o
futebol nacional, com a lei do Estatuto do Torcedor, não é viável a
reforma do equipamento para que ele volte a receber jogos de futebol
profissional. A jurista explicou o objetivo do Estado em fazer no local
uma praça-parque, através de projeto arquitetônico a ser indicado em
concurso.
“A decisão da Justiça, em 2014, determinou que o estado, que
reconheceu o JL como patrimônio histórico e cultural, proceda a
reestruturação do estádio e que ele volte a ter uso para a sociedade. O
Estado começou projeto de reestruturação para que ele volte a ser de uso
público sim, mas não somente de uma categoria. Várias outras
modalidades esportivas têm o direito de usufruir desse bem”, disse a
procuradora, citando como exemplo ações que ocorrem em outras partes do
mundo.
Na opinião do secretário de Esportes do estado, George Câmara
(PCdoB), não se pode pensar em esportes somente no que diz respeito ao
profissionalismo e alto rendimento. Para ele, é obrigação do Governo dar
meios para a prática esportiva em toda a sociedade para combater o
sedentarismo, melhorando a qualidade de vida e saúde dos potiguares.
Porém, secretário acredita que é possível se chegar a um consenso sobre o
que será feito no JL.
“É possível continuar com o futebol por lá, mas usando de outras
formas. Temos que usar o esporte como política pública, porque do
futebol profissional tem quem cuide. Queremos uma saída sem ganhadores
ou perdedores”, ponderou George Câmara.
Reforma
Por outro lado, o presidente da Federação Norte-Riograndense de
Futebol, José Vanildo, criticou a postura do Governo do Estado. Segundo
ele, o Executivo não tem dialogado com os representantes do futebol e
não tem competência para administrar os bens públicos. O presidente
argumentou que a FNF tem projeto e condições financeiras de executá-lo
através de parceria e intervenção da Confederação Brasileira de Futebol
(CBF), mas que esbarra na insegurança jurídica para realizar proceder a
reforma completa e transformação do JL em uma arena multiuso.
“Se não estivéssemos há 100 anos no local, lá seria um antro de
maconha, cocaína e abandono, como se encontram os prédios públicos
abandonados pelo Poder Público. O estádio é do povo. Eu tenho uma
proposta para o JL. Não sei onde estão os recursos e as condições de
fazer de quem não tem dinheiro para fazer”, criticou o presidente.
Diálogo
Para Hermano Morais, propositor do debate, as opiniões divergentes
precisam ser postas em discussão para que se chegue à melhor solução
para todos os interessados no uso do estádio Juvenal Lamartine. O
deputado acredita que, com a união e consenso entre Estado e FNF, é
possível que se tenha uma alternativa viável e que beneficie a todos.
“Por que não unir esforços com a federação, com a sociedade
participando? Por que não nos sentarmos com espírito desarmado, mas com o
propósito de se fazer o melhor uso. É claro que lá se precisa de
investimentos, mas como serão angariados os recursos? Apelo que o
diálogo seja estreitado para que todos possam unir esforços e chegar a
um bom termo para melhor aproveitar os espaço”, finalizou o deputado.
Fonte/NoArA
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