Entre as idas-e-vindas que permeiam a preparação do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014, um dos poucos consensos é a precariedade do sistema aéreo do país para suportar o fluxo de turistas durante o torneio. A preocupação com os aeroportos fez com que o governo federal aumentasse de R$ 5 bilhões para R$ 8,5 bilhões a projeção de investimento nesse setor.
A informação foi revelada Ricardo Gomyde, assessor especial do Ministério do Esporte, durante o II Seminário Infraestrutura - Copa 2014, realizado em São Paulo na semana passada. Serão contemplados os principais terminais das cidades-sede do Mundial, mais o aeroporto de Viracopos, na região de Campinas, beneficiado com R$ 2,8 bilhões por sua localização. "O apagão aéreo é uma realidade no Brasil, principalmente quando se aproxima o período de férias. Por isso, a reforma e modernização da malha aérea é uma das prioridades do governo para a Copa", disse o representante do ME.
Segundo relatório feito pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), os terminais de Congonhas e Cumbica, principais receptores e distribuidores de voo do país, apresentam saturação de 127% e 114%, respectivamente. No Galeão, no Rio de Janeiro, a taxa é de 69%. "Cerca de 75% dos voos que chegam ao Brasil vêm para São Paulo.
A redistribuição interna para a América Latina, partindo das centrais paulistas, é de 70%. Precisamos recuperar com urgência o que está atrasado nessa área. Soubemos que o país sediaria a Copa do Mundo há dois anos e, até agora, nada aconteceu", afirmou Caio Luiz de Carvalho, presidente da SP Turis e do comitê organizador paulista para o Mundial de 2014.
A Embratur avalia que 500 mil turistas estrangeiros desembarquem no país para o evento. Com esse número em mãos, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que também comanda a organização da Copa, alçou os aeroportos ao primeiro lugar na lista de prioridades estruturais para o torneio, principalmente em função das dimensões continentais do Brasil. "Diferentemente de outras Copas, o deslocamento aqui será feito de avião. Assim, nós temos três prioridades para o evento: aeroportos, aeroportos e aeroportos. Temos relatórios de diversas cidades que mostram com clareza o problema", destacou o dirigente no início do mês, em evento sobre a Copa realizado no Rio de Janeiro. Para Teixeira, São Paulo pode precisar, inclusive, da construção de um novo aeroporto.
As autoridades governamentais, contudo, acreditam que a otimização de Viracopos já solucionará o estrangulamento dos dois terminais do Estado. No Rio, o governo federal estuda a privatização do Galeão, mas disputas locais emperram o processo de concessão do aeroporto. Histórico O ápice da crise no setor aéreo brasileiro foi registrado em 2006, logo após o acidente com o avião da Gol que vitimou 154 pessoas.
Fonte:Máquinadoesporte
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