A ameaça era para valer. Marcos confirmou ontem que pensa em abandonar o futebol no final do ano. Para o goleiro, existem duas opções: parar em dezembro ou renegociar seu contrato, cortar o salário pela metade, passar para a reserva e ser mentor dos jovens Deola e Bruno. “Não é pelo meu momento. É pelas condições físicas. Tenho problema no joelho e no ombro. Não tenho mais a mesma rapidez e agilidade de antes. Sinto que estou ficando cada dia mais limitado.”No intervalo da partida contra o Santo André, na última quarta-feira, e no dia seguinte, ele havia manifestado o desejo de largar tudo. Todos no Palestra creditaram as frases ao calor do momento. Marcos assegurou não se tratar disso.
Com aparência abatida em alguns instantes da entrevista, se recusou a revelar em qual joelho e ombro está com limitações. “Se eu disser, vão começar a chutar nesse lado.”A diretoria não quer nem ouvir falar neste assunto. O vice-presidente Gilberto Cipullo vai conversar com o jogador. O dirigente ainda acha que a declaração é coisa passageira. O Santo vai mudar de ideia. “Ele conta com a nossa total confiança. E vem jogando bem.”Mas se decidir parar, já há uma homenagem engatilhada na cabeça do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo: um busto no Palestra Itália. “O Marcos disse que não queria porque ainda estava jogando”, disse o presidente.
A homenagem tem o apoio da diretoria. “É mais do que justo. Ele é uma bandeira do Palmeiras. Faz parte da nossa história gloriosa”, defende Cipullo. “Acho que enquanto estiver jogando, não cabe tal coisa. Mas quando parar, sou totalmente a favor. É o que o Marcos merece pelo que representa no clube”, concorda o diretor de futebol Seraphim Del Grande.Dias contadosSão Marcos acredita não ser o mesmo paredão de antes.
Mas quando o assunto é seu destino no final do ano, ainda vacila. Chegou a dizer que a aposentadoria é “praticamente certa”. Depois garantiu que a alternativa de continuar, mas como reserva em 2011, estava nas mãos da comissão técnica. “Se eles acharem que eu posso atrapalhar e pressionar o Bruno ou o Deola, eu paro. Não tem problema.”É certo que os palmeirenses vão ver cada vez menos, no próximo ano, o maior goleiro da história do clube.
Pode ser que ele não mude de ideia, mas Marcos está indeciso sobre qual caminho seguir. Continuar no futebol, mas abrir mão da condição de titular, é estar com um pé fora e outro dentro do esporte. E ele mesmo sabe disso. “Reserva não pode se acomodar em ser reserva. A cobrança que faço é isso, de os caras honrarem o símbolo do Palmeiras. Quero aproveitar esse último ano para me despedir dos grandes estádios em que joguei, Ninguém no clube conhece o Palmeiras tão bem quanto eu.”
Fonte/txt.jt
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