Sem uma vitória sequer no Campeonato Rondoniense, o Cruzeiro vive uma crise sem precedentes. Alegando maus tratos e atraso no pagamento dos salários, nove jogadores decidiram entrar com ação contra o clube no Ministério Público do Trabalho de Rondônia.
A procuradora do Trabalho, Michelle Bastos Chermont, Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região, tentou chegar a um acordo com o presidente cruzeirense, Domingos Anastácio Pinheiro de Oliveira, o popular "Loló" (foto). O cartola, porém, recusou fazer um acordo e deve ser acionado judicialmente.
Os atletas Ivan Marcelo da Conceição, Marcelo Vitor dos Santos, Bruno Freitas da Silva, Valdevander Crescêncio de Jesus, Wellingtom Vieira de Castro, Edno Henrique Dias, José Cícero, Maicon Luiz da Cunha, Fernando Reges Costa, Murilo Santos Batista, Jackson Vídeo Gomes, Éder Silvio de Medeiros Cabral e Rafael Muniz de Araújo reclamam entre várias coisas, de terem sido abandonas por mais de uma semana nos vestiários do Estádio Aluízio Ferreira, em Porto Velho, sem dinheiro, cama e nem alimentos.
Os jogadores, que vieram de várias cidades do país, inclusive São Paulo e Ribeirão Preto, revelaram ter feito uma "epopéia", antes de serem "largados" a própria sorte no estádio. Nesta peregrinação, até mesmo a casa de "Loló" chegou a servir como alojamento.
"As condições de alguns alojamentos eram péssimas. Em um deles, em Cerejeiras, não havia energia elétrica, nem água limpa. Só uma piscina cheia de lodo e sapos. Foram 20 dias nesse local", disse um dos atletas.
No último domingo de páscoa, os jogadores acusaram de não ter recebido nada para comer dos dirigentes. Para piorar, quando um fora reclamar da situação acabou agredido por um dos diretores. "o caso foi até parar na polícia", garantiu.
Contratados por quem?
Os jogadores alegaram ter sido contratados por telefone, por um período de quatro meses. O problema é que nenhum deles conhece Nery Alvarenga, nome indicado no contrato de trabalho que assinaram com o Cruzeiro.
Enquanto a situação não é definida pela Justiça, os jogadores estão alojados nos vestiários do estádio. Eles estão dormindo em colchonetes e só não estão passando fome por conta de doações de pessoas que se sensibilizaram na cidade.
No último final de semana, por exemplo, os jogadores tiveram que retirar os colchonetes e seu pertences dos vestiários, que seriam utilizados pelas outras equipes que disputam o Rondoniense. Resultado: ficaram nas arquibancadas, até que a partida se encerra-se.
O Cruzeiro é o lanterna do Campeonato Rondoniense, com sete derrotas em sete partidas.
Fonte/futebolinterior
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