Fernando Fernandes admite. "Não temos plano B"

O desinteresse das construtoras de apresentarem propostas em 16 de novembro para erguer o Estádio das Dunas poderá eliminar Natal do mapa das sedes da Copa 2014.

O problema é grave, pois o executor do projeto pelo governo, Fernando Fernandes, já admitiu: “Não temos plano B”.

Pior: até 1º de janeiro dificilmente sairá nova decisão, pois o governo está em transição – sairá Iberê Ferreira e entrará Rosalba Ciarline.

A eleita ainda não se manifestou sobre a disposição de desembolsar R$ 350 milhões para o estádio com 45 mil lugares.

Uma nova licitação levaria 45 dias para ser lançada, ou seja, lá pelo início de fevereiro, o que atrasaria o cronograma, colocando o projeto sob risco para os planos da Fifa.

Cinco empresas estavam inscritas para a licitação da Parceria Público Privada (PPP), mas nenhuma apareceu: Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, OAS, Odebrecht e Construcap.

Explicação

A ex-secretária de Esporte do Rio Grande do Norte, Maria Magnólia Figueiredo – ex-recordista brasileira dos 400m e participação em três olimpíadas – tem uma explicação para tal desinteresse.

“Natal é turística porque tem sol e mar, mas não tem tradição, não tem a cultura do futebol. Nossos dois principais clubes estão nas segunda e terceiras divisão do futebol brasileiro, em 2011 – o ABC e o América respectivamente”, disse Magnólia.

Basicamente é a situação de outras capitais, como Manaus, Cuiabá e Brasília: construir um estádio caríssimo com recursos públicos será uma despesa e não um investimento, pois não há programação para manter a área ocupada no pós-Copa.

“Se for construído, o Estádio das Dunas poderá ter o mesmo destino de outras áreas de esporte em Natal, isto é, “sem uso freqüente falta manutenção adequada pela falta de uma cultura esportiva”, disse Magnólia.

“Não temos sequer uma política pública para o esporte” afirmou a ex-atleta, que hoje dirige o Centro de Desporto e Educação, órgão do governo do Estado.

“O estádio seria bom para trazer investimentos do governo federal em infraestrutura, mas é preciso avaliar se compensa, pois teremos depois que cuidar da manutenção do Estádio das Dunas.”

Melhorias

Além dos R$ 350 milhões para o estádio, a prefeitura e o governo do Estado terão que desembolsar mais R$ 351,6 milhões, e o governo federal R$ 350 milhões para a construção da nova linha de transporte entre o Aeroporto de Natal e o Estádio das Dunas.

Fonte/ esporte.gov.br/