quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Marcos Paquetá usa Federação para escapar

Marcos Paquetá, que comanda a seleção de futebol da Líbia, contou com a ajuda da Federação local da modalidade para escapar do país africano. O treinador se dirigiu ao aeroporto com três dirigentes ao seu lado. Os homens serviram como tradutores e ajudaram o brasileiro a entrar no aeroporto da capital – Trípoli. Paquetá e parte da sua família irão embarcar para a Itália e, em seguida, viajam para o Brasil.Segundo o treinador, em entrevista ao UOL Esporte através do serviço de ligações telefônicas pela Internet Skype, o pequeno aeroporto da cidade vive uma situação caótica.

O brasileiro está na sala de embarque e não tem previsão para embarcar rumo à Europa. O voo de Paquetá está atrasado em oito horas.“A polícia está com dificuldade para organizar a entrada no aeroporto. O nosso voo está atrasado em oito horas e ainda não existe previsão para a nossa saída. Estou na sala de embarque, mas foi uma dificuldade para entrar. Tem muita briga lá fora”, comenta Paquetá, que agradeceu o apoio da Federação de Futebol da Líbia, decisiva para o início de seu retorno ao Brasil.“Sem eles [dirigentes] não teríamos conseguido entrar no aeroporto. Eles foram fundamentais nesse processo de conversa com a polícia”, disse o treinador, ansioso para deixar o país africano.

As violentas manifestações contra o governo do ditador Muammar Kadhafi deixaram a Líbia em colapso. O principal foco de protestos está na cidade de Benghazi, mas Trípoli também vive dias de tensão.“As pessoas estão na rua, protestando. Evitei sair de casa durante todos estes dias por uma orientação das pessoas que estão ao nosso lado. Estou voltando ao Brasil para tranquilizar os familiares, que recebem notícias ruins sobre a Líbia todos os dias”, explicou o técnico.Com passaporte nas mãos para fugir da Líbia, Paquetá se diz aliviado pelo fato de não ter perdido o documento. Manifestantes invadiram a Federação e colocaram fogo em algumas salas. “Alguns vândalos invadiram a Federação para tentar roubar, mas não mexeram no armário em que os nossos vistos estavam. Eles colocaram fogo no local, mas fiquei aliviado ao saber que os nossos documentos foram salvos”, lembrou.

Segundo Paquetá, as manifestações políticas na Líbia não comprometem o seu futuro no comando da seleção. O brasileiro afirma que estará de volta ao país africano para retomar o trabalho. A equipe irá jogar no dia 25 de março contra a seleção de Comoros, em Trípoli. A partida é válida pelas Eliminatórias da Copa Africana.“Já conversei com os dirigentes da Federação, caso a situação não se resolva logo e tivermos dificuldades para reunir todos os jogadores. Disse que é importante encontrar um novo lugar para treinar a equipe antes desta partida”, completou.

Fonte/AE

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