terça-feira, 1 de março de 2011

Quadrilha enganava adolescentes com promessas de serem jogadores


Uma quadrilha que enganava adolescentes com sonho de serem jogadores de futebol foi presa no final da tarde de quarta-feira (23) em Campo Mourão (a 92 km de Maringá). Os golpistas agiam em todo o Brasil, com promessas de contratações de meninos de 14 a 18 anos por grandes clubes de futebol do país.
Este é o segundo caso de prisão envolvendo golpes que exploravam os sonhos de jovens jogadores. Na segunda-feira (21), um falso empresário, Eder Carlos Silva, 42 anos, foi preso em Curitiba, acusado de cobrar de R$200 a R$2 mil para fazer contratos que nunca se estabeleceram.
A Polícia Civil chegou aos golpistas após ser procurada por seis famílias que já haviam caído no golpe. "Uma mulher chegou a pedir demissão do emprego para receber o acerto e pagar pelo teste. Outra chegou a pegar dinheiro emprestado com um agiota para realizar o sonho do filho", diz o delegado chefe da 16ª Subdivisão Policial (SDP), José Aparecido Jacovós.
De acordo com o delegado, os estelionatários viajavam pelo Brasil, escolhendo cidades com mais de 100 mil habitantes. Após hospedarem-se em hotéis, os criminosos procuravam uma entidade beneficente da cidade, com o discurso de que seriam olheiros de grandes clubes de futebol, com Flamengo, Atlético Mineiro e Cruzeiro.
O objetivo era firmar parceria com a entidade para realizar uma "peneirada" de futuros talentos, em que a ficha de inscrição seria a doação de um quilo de alimento. Com ajuda da entidade beneficente, a quadrilha ia a programas de rádio, televisão e jornais, marcando data para as inscrições.
Depois das inscrições, os golpistas forneciam ao candidato um talonário, exigindo a venda de uma rifa, que seria necessária para a segunda etapa da seleção de craques. Por fim, ainda segundo a polícia, os golpistas marcavam a realização de uma fase seletiva, em outra cidade. Para tanto, os inscritos deveriam pagar determinado valor para cobir despesas com hospedagem, viagem, etc. "O valor era pago, mas a seleção dos atletas não ocorria, deixando as famílias dos garotos no prejuízo", afirma o dr. Jacovós. Em média, o custo de todo o processo era de R$1.500.
Ainda de acordo com o delegado, a polícia entrou em contato com os clubes que os golpistas afirmavam representar, e recebeu documentos desses clubes, informando que as referidas pessoas não estão autorizadas a representar os times de futebol. A polícia apreendeu ainda o contrato social da suposta empresa que estava encarregada do evento, com sede em Guarapuava (a 255 km de Maringá) e trata-se de uma razão social de empresa de modelos.
Três integrantes da quadrilha foram presos por volta das 18 horas, após terem retornado a Campo Mourão para aplicar novo golpe. Diego Ricardo Ianesko, Robson Barbosa de Lima e Junior Vaz de Goes foram presos e autuados pelos artigos 288 - formação de quadrilha e 171 - estelionato. A Polícia Civil de Campo Mourão segue investigando a quadrilha, já que há informações de que haveria mais pessoas envolvidas.
Fonte: O Diário de Maringá

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