A seleção brasileira esperou 20 anos por uma revanche. E, neste sábado, duas décadas depois, enfim superou Portugal para conquistar o título do Mundial Sub-20. A vitória por 3 a 2, na prorrogação, teve como grande destaque o meia Oscar, que marcou os três gols da decisão.
Em sua noite de gala, Oscar fez de tudo. Além de balançar as redes – até então ainda não tinha marcado no torneio – o jogador do Internacional ajudou na defesa, criou no meio-campo e esteve no lugar certo, na hora certa. A atuação explêndida deu ao brasileiro um recorde: ele tornou-se o primeiro jogador da história do Mundial a fazer três gols em uma decisão.
A vitória diante dos portugueses teve um sabor especial para a seleção brasileira. Em 1991, o Brasil perdeu a decisão do Mundial sub-20 justamente para Portugal, em jogo polêmico e decidido nos pênaltis.
O título foi o quinto do Brasil na categoria, igualando a seleção sub-20 à principal no número de conquistas. Na história dos Mundiais de juniores, apenas a Argentina tem mais títulos – venceu a competição em seis edições.
Crédito da imagem: Reuters
A campanha que levou a seleção sub-20 ao quinto título não começou bem. Em uma estreia pouco inspirada, a equipe comandada por Ney Franco não saiu de um empate por 1 a 1 com o Egito, e viu-se obrigada a conquistar bons resultados nos jogos seguintes para evitar surpresas no Grupo E da primeira fase.
Ainda na primeira fase, a equipe comandada por Ney Franco deslanchou, fazendo 3 a 0 contra a Áustria e 4 a 0 diante do Panamá.
Nas oitavas de final, nova vitória por 3 a 0, contra a Arábia Saudita, e a chance de encarar a poderosa Espanha. Diante da campeã europeia sub-21 e sub-19, o Brasil fez um dos melhores jogos do torneio. E, depois de empate por 2 a 2 após 120 minutos, a vitória veio nos pênaltis, com o goleiro Gabriel como herói.
O adversário da semifinal foi o México, campeão mundial sub-17, e um adversário tradicional dos brasileiros nas categorias de base. Com gols de Henrique, o Brasil venceu por 2 a 0, garantindo uma vaga na decisão. Aí, foi a vez de Oscar fazer história.
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O jogo - O Brasil iniciou o confronto dando a sensação de que adotaria uma postura arrasadora e logo abriu ao placar. Aos quatro minutos, o meia Oscar cobrou falta de longe e contou com um desvio da defesa adversária para balançar as redes dos portugueses.
No entanto, a seleção lusa não se abalou, freou o ímpeto brasileiro e igualou o placar, aos nove. Nelson Oliveira avançou na velocidade pela direita e cruzou na pequena área para Alex, que chegou antes de Danilo para marcar o gol.
Logo no lance seguinte, o Brasil quase mexeu novamente no placar. A defesa portuguesa vacilou pelo alto e Willian José disputou com Mika. A bola acabou acertando a trave, antes de o goleiro dar um tapa na bola, em lance duvidoso, sem ficar claro se chegou a passar da linha. Pouco depois, Oscar bateu mais uma falta de longe e viu o arqueiro adversário se assustar para espalmar para fora.
Willian José também teve sua oportunidade, quando recebeu na direita e chutou rasteiro, para nova defesa de Mika. Porém, aos poucos, o jogo perdeu emoção e passou a ficar mais concentrado no meio-campo.
Já nos minutos finais da etapa, Portugal criou duas boas chances. Nelson Oliveira recebeu nas costas da defesa pela esquerda, mas Gabriel saiu para abafar. O mesmo atacante também dominou no meio da área e finalizou por cima.
No intervalo, o técnico Ney Franco tirou Gabriel Silva e Willian José para as entradas de Allan e Negueba. Com isso, Casemiro acabou improvisado na zaga. Porém, o Brasil não voltou bem para o segundo tempo e foi castigado. Aos 13, Nelson Oliveira arrancou em velocidade pela direita, invadiu a área e chutou cruzado, rasteiro, mas a bola passou por baixo de Gabriel, que falhou e não conseguiu evitar o gol.
Ney Franco, então, fez sua terceira mudança. Como Philipe Coutinho não levava vantagem nas jogadas individuais, o treinador sacou o jogador para a entrada de Dudu. A seleção canarinho se lançou ao ataque e Dudu recebeu na área para cabecear fraco, nas mãos de Mika.
Por outro lado, Nelson Oliveira seguiu dando bastante trabalho para a defesa brasileira, armando contragolpes. Em uma das respostas rápidas, o atacante português entrou na área, driblou Bruno Uvini e chutou, mas o goleiro fez a defesa.
Aos 32, o Brasil igualou o placar. Dudu passou na esquerda por Pele e cruzou forte. O goleiro Mika espalmou, mas o rebote sobrou para Oscar marcar o gol. O Brasil ainda fez novas tentativas na frente, mas ninguém conseguiu mudar novamente o placar do tempo normal.
Assim, a partida foi para a prorrogação. Com a seleção verde-amarela mais presente na frente, Portugal respondeu em um contra-ataque rápido. Caetano recebeu lançamento em velocidade, invadiu livre a área e tentou encobrir o goleiro brasileiro, que defendeu e salvou a equipe.
O Brasil, por sua vez, levou perigo no último lance do primeiro tempo da prorrogação. Danilo chutou forte de fora da área e Mika rebateu, mas conseguiu pular para segurar antes de Oscar chegar.
No segundo tempo, o melhor jogador brasileiro na final marcou mais um gol. Aos cinco minutos, Oscar pegou a bola pela direita e cruzou, mas a bola encobriu o goleiro e entrou nas redes. Antes do apito final, Henrique ainda perdeu uma chance clara de frente para Mika, que fez a defesa.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 3 X 2 PORTUGAL
Local: Estádio Nemesio Camacho, o El Campín, em Bogotá (Colômbia)
Data: 20 de agosto de 2011 (Sábado)
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Mark Geiger (dos Estados Unidos)
Assistentes: Mark Hurd (dos Estados Unidos) e Joe Fletcher (do Canadá)
Cartões amarelos: Henrique, Juan (Brasil). Roderick, Pele, Sérgio Oliveira, Julio Alves, Sana, Nelson Oliveira (Portugal)
GOLS: BRASIL: Oscar, aos 4 minutos do primeiro tempo, aos 32 minutos do segundo tempo e aos 5 minutos do segundo tempo da prorrogação
PORTUGAL: Alex, aos 9 minutos do primeiro tempo. Nelson Oliveira, aos 13 minutos do segundo tempo
BRASIL: Gabriel; Danilo, Bruno Uvini, Juan e Gabriel Silva (Allan); Fernando, Casemiro, Philipe Coutinho (Dudu) e Oscar; Willian José (Negueba) e Henrique
Técnico: Ney Franco
PORTUGAL: Mika; Nuno Reis, Roderick, Cedric (Julio Alves) e Mario Rui; Pele, Sana (Ricardo Dias), Danilo e Sergio Oliveira; Nelson Oliveira e Alex (Caetano)
Técnico: Ilídio Vale
Fonte/Estadão
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