Doze anos após soco, ex-zagueiro Régis descarta retorno ao futebol. Doze anos após ter sido agredido violentamente por um adversário e encerrar a carreira de forma precoce, o ex-zagueiro Régis está próximo de encontrar um novo rumo na vida. A seis meses de se formar em Educação Física, o ex-atleta do Caxias do Sul vê pela frente a possibilidade de trabalhar como professor e defende que não quer ser lembrado como vítima do fatídico dia de 1999. O futebol, no entanto, ele afirma que nunca mais será uma opção.
No dia 13 de novembro de 1999, Régis defendia o Caxias do Sul contra o Santo Ângelo, pelo Campeonato Gaúcho, quando foi alvo de um violento soco do zagueiro adversário Darzone. A agressão o deixou inconsciente e, após sair do campo de maca, permanceu 19 dias em coma no hospital. Na época, o atleta possuía 21 anos.
- Enquanto foi jogador de futebol ele teve muitos amigos. Depois que ele se machucou, esses amigos sumiram, ele ficou sozinho - relembra o pai, Régis da Rosa.
Recuperado do incidente, Régis não teve condições de voltar a jogar futebol por conta das sequelas e acabou dando fim à carreira. Sua volta por cima surgiu do próprio esforço quando passou a cursar Educação Física. O agressor Darzone, por sua vez, acabou condenado a dois anos de prisão em regime aberto e se disse arrependido posteriormente.
- Foi muito difícil, complicado mesmo. Eu pedia aos professores para gravarem as aulas para que eu, depois, pudesse entender melhor, de forma mais clara em casa - reconhece Régis sobre o curso.
A professora Aline Fofonka relembra o esforço de Régis para acompanhar as aulas.
- Ele sempre teve um pouco de dificuldade, mas sempre teve um crescimento na aula. Um pouco mais devagar que os outros por eles não terem tido as consequências que ele teve. Ele sempre alcançou, lá no final, uma boa evolução - disse.
Hoje, a seis meses de se graduar, Régis quer deixar para atrás o lance em que se envolveu e que marcou negativamente a história do futebol gaúcho. Após ter perdoado o ex-companheiro de profissão, ele não quer ser visto como vítima.
- Não quero ser visto mais como aquele que "se acidentou", como o "coitado". Não tem que ter pena - disse.
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