Às vésperas do clássico Potiba, o torcedor assiste a uma velha novela que de tão chata já deveria ter acabado há tempo. O mal-estar causado entre dois clubes por conta de um simples pedido de exame antidoping é enredo enfadonho e sem sentido. O Potiguar pediu, o Baraúnas, através do técnico Diá, não digeriu. Reação quase infantil. Antidoping não é só para um; é para os dois. Trocando para o popular, o risco que corre o pau, corre o machado. Independente de quem pediu ou de quem se ofendeu, antidoping é direito, mas deveria ser obrigação. Partindo do princípio de que todos são inocentes até que se prove o contrário, não se deve temer os efeitos do que não se comete. Entendo até que os treinadores deveriam ser gratos às diretorias se assim procedessem com freqüência, mas os altos custos impedem isso. Garantir-lhes-ia, pelo menos, o direito à igualdade nas condições de disputa. É que apesar da seriedade da maioria dos profissionais que existem em suas comissões, inclusive os preparadores físicos que tentam aplicar todo seu conhecimento adquirido em anos de estudo em prol de um bom rendimento no esporte, a gente sabe que alguns jogadores gostam da automedicação ou fazem uso de drogas sociais, tudo longe do conhecimento de seus superiores. Dessa forma, com o exame antidoping, o atleta que costuma fazer uso de drogas, seja para tratamento clínico ou para saciar vícios, vai se abster ou então pedir para não ser escalado, poupando seu clube e a si do desgaste. O antidoping é uma arma do meio em favor do esporte, o qual precisa ser praticado de forma limpa e o resultado em sua disputa ser gerado pelo que se produz em campo, e não nos laboratórios.
Fonte: Fábio Oliveira/JF
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