Outrora craques de futebol do passado também ‘vingavam’ como treinador. O principal deles foi o meia Valdir Pereira, o Didi, que chegou a comandar a seleção peruana em 1970 na Copa do Mundo do México. Ébua de Pádua Lima, o Tim, um driblador quase inigualável, também foi considerado insuperável no quesito estratégia tática. Ambos são falecidos.
Pepe, ponteiro-esquerdo do grande Santos, está mais vivo do que nunca e também colecionou títulos como comandante de elencos.
Eis a questão: por que ex-boleiros do passado davam certo como treinador e de uns tempos pra cá a realidade tem sido outra?
Há quem diga que o boleiro do passado não precisava se destacar sobretudo como comandante, se prender a planejamento ou ter aptidão orientações em treinos. Hoje, essas condições são indispensáveis para quem quer se habilitar à função.
Um dos claros exemplos foi o meia Jorge Mendonça, com o sexto aniversário de morte registrado neste 17 de fevereiro. Jorjão tentou ‘engatinhar’ na carreira na equipe de juniores da Ponte Preta, supostamente um estágio para ingressar no seleto grupo de treinadores de profissionais.
Como atleta ele antevia jogadas e dominava os fundamentos do passe - até alongados - drible, cabeceio e chute. E que chutes nas finalizações!
Pela lógica era só ter paciência para transmitir esses ensinamentos para molecada, mas a prática é bem diferente. Foi o professor sem a dádiva para transmitir aos discípulos o muito que sabia e sucumbiu. Bastou um ano na base para perceber que não havia nascido para comandar grupos.
Sem projeto definido para continuidade no futebol, o dinheiro foi reduzindo, patrimônio esfacelado, família dividida, e, por fim, dificuldades inerentes a boleiros nessa situação.
Jorge Mendonça foi vítima de ataque cardíaco quando estava internado no Hospital Mário Gatti, em Campinas. Jorjão ou Coronel, como era conhecido, foi um jogador diferenciado até 1982, quando atuou pelo Guarani. Tinha incrível velocidade de raciocínio para definição de jogadas, e entrou para a história do futebol paulista como o segundo maior artilheiro do campeonato estadual com 38 gols em 1981, quando atuava pelo Guarani. Naquela temporada marcou 58 gols, contabilizando-se também Campeonato Brasileiro e amistosos.
A carreira de Jorge Mendonça foi marcada por fatos igualmente diferenciados. Em 1974, quando era jogador do Náutico, marcou oito gols na vitória por 8 a 0 sobre o Santo Amaro, pelo Campeonato Pernambucano.
Em 1976, foi dele, de cabeça, o gol do título do Campeonato Paulista do Palmeiras, numa decisão contra o XV de Piracicaba. O jogo marcou recorde de público no Estádio Palestra Itália, com 40. 283 pagantes.
Fonte/Futnet
Nenhum comentário:
Postar um comentário