terça-feira, 24 de abril de 2012

Ex-Jogador do Potyguar sobrevive à tragédia


O ex-jogador do Potyguar Joatan Oliveira foi morar em Teresópolis pouco antes da tragédia que atingiu as cidades do Rio de Janeiro.

joatan-oliveiraO curraisnovense Joa­tan Oli­vei­ra Filho, 26, che­gou à ci­da­de de Te­re­só­po­lis para fazer parte do elen­co do time de fu­te­bol do mu­ni­cí­pio, o Teresópolis Fu­te­bol Clube, e levou com a ele a es­po­sa, Dan­ni­la Ta­vei­ras dos San­tos, 29.
“A noite do do­min­go,  pas­sa­mos por mo­men­tos in­des­cri­tí­veis. A chuva que caía sobre as casas era muito forte e, sin­ce­ra­men­te, pen­sei que iria mor­rer. Vi o gran­de sonho de jogar em um time do su­des­te transformar-se em um gran­de pe­sa­de­lo”, de­sa­ba­fou o jo­ga­dor.
Na manhã da segunda-feira,  todos os ser­vi­ços ama­nhe­ce­ram sem fun­cio­na­men­to. “Só ti­ve­mos noção do ta­ma­nho da tra­gé­dia na manhã da segunda-feira. Nada fun­cio­na­va, não tinha água, nem luz, nem te­le­fo­ne“.
No Cen­tro de Trei­na­men­to do Clube não foram re­gis­tra­dos tan­tos pro­ble­mas, mas pes­soas li­ga­das ao time per­de­ram pa­ren­tes e al­guns estão de­sa­bri­ga­dos.
Segundo Joatan, “O clima aqui é pa­re­ci­do com o de um filme de guer­ra. O nosso trei­na­dor per­deu al­guns pa­ren­tes na tra­gé­dia. A co­zi­nhei­ra do time teve sua casa con­de­na­da pela de­fe­sa civil e está abri­ga­da com a fa­mí­lia na re­si­dên­cia dos jo­ga­do­res.”
O jo­ga­dor nor­te­-rio-­gran­den­se re­la­ta que o mo­men­to mais di­fí­cil foi as­sis­tir a che­ga­da dos cor­pos en­con­tra­dos nos es­com­bros ao Ins­ti­tu­to Mé­di­co Legal (IML). “A re­si­dên­cia dos jo­ga­do­res fica uma rua de­pois do pré­dio do IML e a mo­vi­men­ta­ção tem sido bas­tan­te in­ten­sa. Todos nós acom­pa­nha­mos a che­ga­da des­ses cor­pos e o de­ses­pe­ro das fa­mí­lias ten­tan­do re­co­nhe­cer seus pa­ren­tes. A si­tua­ção está tão di­fí­cil que o re­co­nhe­ci­men­to está sendo feito por foto. Uma cena que vou levar para o resto da minha vida”, emocionou-se.
A es­po­sa do jo­ga­dor, Dan­ni­la Ta­vei­ras, re­ve­la que o mo­men­to mais di­fí­cil foi ficar sem no­tí­cias do ma­ri­do du­ran­te toda a noite. “Como a gente está mo­ran­do em casas se­pa­ra­das – ele fica na re­si­dên­cia do time e ela na casa de pa­ren­tes – o pior foi saber se es­ta­va tudo bem. Nunca pen­sei que uma noite du­ras­se tanto tempo. O ba­ru­lho da chuva, a in­ten­si­da­de da água, a in­cer­te­za se ama­nhe­ce­ría­mos vivos foram mo­men­tos de muito apego com Deus”, con­tou a as­sis­ten­te de con­sul­tó­rio den­tá­rio.
Todo o elen­co do Te­re­só­po­lis Fu­te­bol Clube foi li­be­ra­do por que o es­tá­dio de fu­te­bol An­tô­nio Sa­vat­to­ne foi trans­for­ma­do em uma base de apoio à Defesa Civil.
“O es­tá­dio está to­ma­do de me­di­ca­men­tos, co­mi­das, do­na­ti­vos, e todas as doa­ções que estão sendo en­via­das para as pes­soas. Ainda não sa­be­mos quan­do re­to­ma­re­mos os trei­nos, mas en­ten­do que toda nossa equi­pe es­ta­rá unida para aju­dar da forma que for ne­ces­sá­ria na re­cons­tru­ção da ci­da­de e na vida dos mo­ra­do­res”, disse o jo­ga­dor.


Fonte: Correio da tarde

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