Os jogadores não queriam, muito menos o técnico Mano Menezes, mas hoje,
às 15 horas, em Estocolmo, eles vão ter de fazer o sacrifício de
defender a Seleção Brasileira no amistoso contra a Suécia apenas quatro
dias depois da gigantesca decepção vivida na decisão da medalha de ouro
dos Jogos de Londres.
Após
o torneio olímpico, que tinha restrição de idade, atletas veteranos -
como o lateral Daniel Alves - retornam à equipe principal Foto: Reuters
E
o treinador tem um motivo a mais para considerar essa partida
inconveniente, além do previsível clima de abatimento que tomou conta de
sua equipe: uma derrota aumentará a pressão - que já é grande - sobre
ele.
Mano Menezes voltou à situação em que estava antes dos
amistosos contra Dinamarca, Estados Unidos, México e Argentina, o que
significa dizer que o seu trabalho é muito questionado pela torcida e
pela imprensa do Brasil e que não param de surgir rumores de que a CBF
está à procura de um outro técnico, por mais que o presidente José Maria
Marin se esforce para dar demonstrações de apoio.
Nada a declarar
Falar
sobre a pressão que pesa sobre seus ombros não é algo que agrade a Mano
Menezes, especialmente porque ele diz ter ouvido "muitas besteiras"
sobre a derrota para o México e sobre seu trabalho. Sua prioridade
agora, segundo ele mesmo, é levantar o moral de seus jogadores e
conseguir uma vitória que diminua pelo menos um pouco o sofrimento
causado pela perda da medalha de ouro olímpica.
"Conversei com os
jogadores e disse a eles que é preciso ter a capacidade de reagir
rapidamente, ainda mais na Seleção. Nós só temos de jogar bem, como
fizemos nos amistosos antes dos Jogos e não nos preocuparmos com nada
mais do que isso".
Sabendo que uma vitória pode amenizar o clima
na Seleção (e uma derrota aumentará a tormenta), os jogadores encaram o
amistoso como se fosse um jogo de campeonato, conforme deixou bem claro o
zagueiro e capitão Thiago Silva. "Para nós não tem nada de clima de
festa. A gente que joga sabe que de amistoso esse jogo não tem nada,
ainda mais depois do que aconteceu na Olimpíada", disse.
A festa a
que ele se referiu é a despedida do estádio Rasunda, palco da final do
Mundial de 1958, que será demolido. Por esse motivo, a Seleção vai usar
uma camisa azul muito semelhante à usada pelo time na decisão da Copa
sueca. "É legal usar essa camisa para mostrar a caminhada dos que
fizeram a história pelo Brasil", disse Thiago.
Agora que a
Olimpíada acabou, a partida de hoje será a primeira da equipe pensando
exclusivamente na Copa de 2014. Os jogadores têm consciência de que
precisam fazer muito para não assistirem ao Mundial pela TV ou nas
arquibancadas dos estádios. Assim como o treinador.
Fonte/DiáriodoNordeste
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