
Foi aí que o menino que jogava descalço despertou a atenção dos curiosos, e um primo o levou para fazer o teste do Náutico. Ficou 45 minutos em campo, em 1967, e de cara foi aprovado pelo clube alvirrubro. Nessa época, o time pernambucano era considerado o melhor do Nordeste e um dos melhores do país, não era fácil integrar a equipe, mas Pintado estava lá, vestindo a camisa 9. Ele ficou no Náutico por três anos e passou a ser emprestado para outros times da região. Jogou e acumulou títulos no Rio Negro, no Alecrim, passou pelo Ceará, pelo Bahia, pelo Galícia. No Maranhão foi campeão estadual e ajudou a equipe que integrava a ganhar a seletiva para o nacional. "Era difícil naquela época disputar com o Corinthians, que tinha Rivelino; com o Internacional e Carpegiani; com o Botafogo, que tinha Marinho Chagas daqui, mas eu cumpria meu contrato bem e depois ia embora", lembra.
Em 1974 Pintado veio para Natal. Foi pouco depois de disputar o nacional pelo Moto Clube-MA. Chegou, montou residência no RN, casou e teve filhos. "Não quis ir embora mais. Ia jogar na Bahia e voltava, ia jogar no Ceará e voltava, mas fixei residência em Natal", lembra. Jogou durante 15 anos e encerrou a carreira aos 34 anos em Maceió pelo CSE. Mas fez belas partidas na capital potiguar. A mais bonita que lembra da sua carreira foi no Machadão, com um gol que fez de bicicleta. "Era ABC x Alecrim, Tiquinho, que era ponta-direita do Alecrim cruzou a bola e o goleiro do ABC era Renato 74 (74 porque ele queria jogar na seleção) a bola veio de lado foi uma bicicleta de costas, foi mais uma virada, mas um lance bonito, clássico, porque foi de fora da área, entrou no lado esquerdo, Renato foi na bola, mas não conseguiu alcançar, e ele era um grande goleiro", lembra com orgulho. O lance foi repetido por mais de seis meses na abertura de um programa de rádio da época.
Oficialmente, Pintado jogou 14 anos e 8 meses. "Não tenho frustração nenhuma, não tenho inveja de ninguém, porque quem joga futebol não quis ser outra coisa senão jogador. Eu quis jogar futebol e consegui", disse. Mas a voz do ex-atleta se une a de vários de sua época que dizem que o futebol de hoje não é nem de longe como o de antigamente. "Não é saudosismo não. Hoje é muita correria e pouca bola. A inteligência tão deixando pra trás. Futebol é jogo de inteligência, não é jogo de força. O pessoal tá trocando as bolas", afirma.
Fonte/DNOnline
Nenhum comentário:
Postar um comentário