Apesar de todas as críticas, vaias e pressões, Mano Menezes será
intocável no posto de treinador da seleção brasileira pelo menos até a
Copa das Confederações, em meados do próximo ano.
O Estado apurou com exclusividade que o presidente da entidade, José
Maria Marin, já deixou isso claro ao próprio técnico, em uma conversa
que tiveram após os Jogos Olímpicos de Londres, numa medida para lhe dar
confiança para formar um conjunto.
O Brasil ficou com a medalha de prata e, desde então, a pressão sobre
Mano ganhou uma nova dimensão. Marin, desde que assumiu a CBF, há seis
meses, vem alertando que o que garante treinador é resultado. Também
exige ver todas as listas de convocados 48 horas antes do anúncio e
causou certa surpresa ao passar a conviver com a rotina da seleção.
Agora, numa manobra que visa a dar a Mano tranquilidade para
trabalhar, Marin optou por dar ao técnico uma estabilidade que vai
vigorar pelo menos até fim de junho de 2013. Entende que o treinador
precisa usar o tempo para formar um grupo e fazer o time ganhar
conjunto, com uma proliferação de amistosos para os próximos meses.
O dirigente também quer a maior repetição possível dos mesmos
jogadores em campo, para começar a dar personalidade ao grupo. Jogadores
como Lucas, Neymar, David Luiz e Oscar passaram a ser considerados como
pilares nesse trabalho de formação de um conjunto.
Marin, porém, deixou claro a Mano: depois da Copa das Confederações,
nova conversa será necessária para avaliar o trabalho. Ou seja, o
resultado no evento-teste será fundamental para a sua permanência.
Pressão. Enquanto Mano consegue a garantia de Marin, a CBF quer
colocar a seleção sob a pressão do torcedor brasileiro, para que os
jogadores comecem a se costumar ao clima que existirá na Copa do Mundo.
Nos jogos em São Paulo, Recife e Goiânia, a seleção foi vaiada e Mano
ouviu o nome de "Felipão'' ser pedido.
Ontem, ao deixar reuniões na Fifa, Marin falou com jornalistas
brasileiros e afirmou que quer a seleção jogando diante do público
brasileiro e contra seleções de peso, para se dar conta do nível de
cobrança que terá durante a Copa. "É aquela torcida que estará presente.
Jogador tem de estar pronto para esse cenário'', disse o presidente da
CBF.
Calendário complicado. Mas ele admite estar com problemas para
encontrar adversários de peso para a seleção. A realidade é que o
contrato que a CBF tem com a empresa que promove as partidas, a Pitch,
praticamente não prevê mais jogos no País em 2012 e existe um sério
problema para encontrar seleções dispostas a viajar até o Brasil. As
eliminatórias europeias começaram e as rivais sul-americanas estão
também em fases decisivas no caminho para 2014.
"Queremos jogar mais no Brasil. E queremos seleções fortes. Mas nem
sempre é possível'', disse Marin. "Seleções estão disputando
eliminatórias, e nós, não. Mas é certo que apenas jogos darão conjunto
ao time'', lembrou. "Essa é a torcida que temos e a Copa será no Brasil.
Portanto, os jogadores precisam se acostumar que será assim. É dessa
maneira que vemos a maturidade do jogador'', completou.
Fonte/Estadão
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