A suposta ligação de José Maria Marin com a prisão e morte do
jornalista Vladimir Herzog pode virar tema de uma investigação da
Comissão Nacional da Verdade. O assunto é levantado na petição "Fora
Marin", que defende o afastamento do atual presidente da CBF
(Confederação Brasileira de Futebol) de seu cargo na entidade, e já foi
pelo filho de Herzog, Ivo Herzog, ao grupo de trabalho montado pelo
governo federal para apurar os crimes da ditadura militar brasileira.
Ivo esteve nesta terça-feira na sede da CBF, no Rio de Janeiro,
entregando a petição para que Marin deixe a confederação de futebol. O
documento foi publicado na internet e recebeu o apoio de mais de 54 mil
pessoas. Entre elas, os deputados federais Romário e Jandira Feghali,
que estiveram com Ivo na CBF nesta tarde.
Ambos, também prometeram levar documentos que ligam Marin à morte de
Herzog, ocorrida em 1975, à Comissão Nacional da Verdade. Quando ainda
era deputado estadual em São Paulo, Marin fez dois discursos na
Assembleia Legislativa de São Paulo, os quais, segundo Ivo, revelam seu
apoio à prisão e morte de seu pai, em 1975, numa prisão do regime
militar.
No primeiro discurso, feito duas semanas antes da morte de Herzog,
Marin pede providencias do governo quanto à TV Cultura. Na época, Herzog
dirigia o jornalismo do canal.
No segundo discurso, feito um dia após a morte de Herzog, Marin elogia o
trabalho do delegado Sérgio Fleury. Fleury já foi acusado várias vezes
de torturar presos durante a ditadura.
Segundo Romário, tudo isso são indícios suficientes para que Marin seja
convocado a dar explicações na Comissão da Verdade. "Espero que a
comissão o convoque. Assim, ele não poderia faltar", disse o deputado,
que já tentou ouvir Marin na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara
dos Deputados.
Fonte/BolãonaTrave
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