O governo federal prepara uma MP (medida provisória) para perdoar a
dívida bilionária dos clubes de futebol em impostos, taxas e
contribuições. Pelo projeto formatado por executivos do Ministério do
Esporte e deputados federais, os clubes trocarão 90% da dívida que
possuem com o governo pelo compromisso de realizar projetos sociais, que
envolvem a abertura de suas estruturas esportivas gratuitamente para
jovens das comunidades próximas aos clubes. A dívida dos 20 principais
clubes do futebol brasileiro está avaliada em pelo menos R$ 4 bilhões
pela pasta do Esporte.
Ainda não há data definida para a apresentação da MP, mas membros do
governo e parlamentares favoráveis à solução esperam que ela esteja
pronta antes da Copa das Confederações. De acordo com o secretário
nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, o jornalista
Toninho Nascimento, a iniciativa não pode ser chamada de perdão, já que
prevê uma contrapartida dos clubes de futebol em troca da anistia da
dívida.
O que será proposto aos clubes é que, em troca do perdão de 90% das
dívidas que possuem os clubes originárias da falta de contribuição ao
INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), impostos não recolhidos à
Receita Federal e falta de pagamento de FGTS (Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço), as entidades esportivas deverão investir em projetos
sociais que envolvam atividades esportivas. Para isso, deverão abrir
suas estruturas para jovens carentes receberem aulas de diversas
modalidades, como natação e ginástica olímpica, gratuitamente.
Os outros 10% da dívida deverão ser pagos em dinheiro, de forma
parcelada. Para os 90% anistiados, será criado um mecanismo de conversão
da dívida, com desconto. “Por exemplo, se o clube deve R$ 100, pode
investir R$ 70 ou R$ 80 em um bom projeto de base, e assim quitar essa
dívida”, explica o secretário nacional de Futebol. “A dívida dos clubes é
impagável. É uma maneira de investir na formação de jovens talentos e
futuros atletas, de fortalecer o esporte brasileiro”, acredita
Nascimento.
De acordo com ele, os clubes ficarão livres para retirar suas
certidões negativas de débito com a União e voltar a pleitear
financiamentos e linhas de crédito público. Ou seja, o clube poderá
pegar dinheiro público emprestado para investir em suas infraestruturas
esportivas e pagar os projetos sociais com os quais estarão pagando suas
dívidas.
Fonte: Uol Esportes
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