segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sócrates, Casagrande e Wladimir foram vigiados pela repressão

Os ex-jogadores de futebol Sócrates, Casagrande e Wladimir, principais líderes da Democracia Corintiana, foram vigiados por órgãos de repressão da Ditadura durante a década de 80. Os documentos que comprovam as investigações foram disponibilizados digitalmente nesta segunda-feira no site do Arquivo do Estado.
Principais figuras do movimento que permitia que as decisões importantes envolvendo o clube fossem tomadas por todos profissionais da agremiação através do voto, os três ídolos corintianos tiveram seus nomes envolvidos em arquivos do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social). O órgão da polícia paulista tinha como objetivo prevenir e investigar delitos de ordem política e social que eram contra aquilo que os militares definiam como assunto de segurança nacional.
Atleta politizado e principal cabeça da Democracia Corintiana, Sócrates possui cinco registros no DEOPS. Em um deles, os militares registraram o apoio do então jogador à campanha das Diretas Já em 1984, camisa 10 do Corinthians também teve seu nome fichado por participar de uma campanha pela conservação das escolas públicas.
Além disso, o Doutor foi vigiado por participar do Movimento Pacifista Brasileiro e de conceder uma entrevista ao lado do então governador de São Paulo, Franco Montoro. Até mesmo no ano de 1988, quando o País já caminhava para a democracia e o meia já tinha abandonado o futebol, Sócrates foi fichado por ser um possível candidato a prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Reprodução
Já Casagrande, que em 1984 atuava no Áscoli, da Itália, foi vigiado por ter assinado um abaixo-assinado que parabenizou a Nicarágua pela eleição democrática que escolheu Daniel Ortega, líder do movimento sandinista, como presidente do país. O atleta ex-Corinthians também foi fichado em 1987 por ser detido com maconha.
Assim como o Casão, o ex-lateral Wladimir, que além de participante do movimento corintiano também foi presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, foi fichado em 1984 por assinar o documento que parabenizava a Nicarágua pela vitória do partido de orientação socialista.

Fonte/ Estadão

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