Os
ex-jogadores de futebol Sócrates, Casagrande e Wladimir, principais
líderes da Democracia Corintiana, foram vigiados por órgãos de repressão
da Ditadura durante a década de 80. Os documentos que comprovam as
investigações foram disponibilizados digitalmente nesta segunda-feira no
site do Arquivo do Estado.
Principais figuras do movimento que permitia
que as decisões importantes envolvendo o clube fossem tomadas por todos
profissionais da agremiação através do voto, os três ídolos corintianos
tiveram seus nomes envolvidos em arquivos do DEOPS (Departamento
Estadual de Ordem Política e Social). O órgão da polícia paulista tinha
como objetivo prevenir e investigar delitos de ordem política e social
que eram contra aquilo que os militares definiam como assunto de
segurança nacional.
Atleta politizado e principal cabeça da
Democracia Corintiana, Sócrates possui cinco registros no DEOPS. Em um
deles, os militares registraram o apoio do então jogador à campanha das
Diretas Já em 1984, camisa 10 do Corinthians também teve seu nome
fichado por participar de uma campanha pela conservação das escolas
públicas.
Além disso, o Doutor foi vigiado por
participar do Movimento Pacifista Brasileiro e de conceder uma
entrevista ao lado do então governador de São Paulo, Franco Montoro. Até
mesmo no ano de 1988, quando o País já caminhava para a democracia e o
meia já tinha abandonado o futebol, Sócrates foi fichado por ser um
possível candidato a prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São
Paulo.
Já Casagrande, que em 1984 atuava no Áscoli,
da Itália, foi vigiado por ter assinado um abaixo-assinado que
parabenizou a Nicarágua pela eleição democrática que escolheu Daniel
Ortega, líder do movimento sandinista, como presidente do país. O atleta
ex-Corinthians também foi fichado em 1987 por ser detido com maconha.
Assim como o Casão, o ex-lateral Wladimir,
que além de participante do movimento corintiano também foi presidente
do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, foi fichado em 1984
por assinar o documento que parabenizava a Nicarágua pela vitória do
partido de orientação socialista.
Fonte/ Estadão
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