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O Mineirão, apesar do saldo positivo, também
precisa melhorar para o torneio, que será disputado no Brasil entre 15 e
30 de junho, e para a competição de 2014. Não foram poucos os problemas
apresentados no evento-teste.Se em campo o time de Felipão pecou nos erros de passes e nas falhas de posicionamento, o Mineirão apresentou problemas já na chegada do torcedor. A dificuldade para vencer o engarrafamento foi grande. Com muitas ruas próximas à arena interditadas, o mineiro precisou ter paciência para se deslocar até o estádio ou para casa. Tudo numa quarta-feira de trabalho.
O acesso ao estádio estava bem tranquilo até minutos antes do pontapé inicial. Filas se formaram nas entradas da arena e os portões foram abertos para facilitar o escoamento. O problema é que muitos torcedores entraram por setores distintos aos dos ingressos adquiridos, provocando tumulto em muitas áreas do estádio.
De um lado o Mineirão foi testado nos padrões Fifa. Do outro, a Seleção diante de seu torcedor, que apresentou características distintas a cada momento da partida com vaias e aplausos para os jogadores de Cruzeiro e Atlético-MG (Dedé, Réver, Ronaldinho e Marcos Rocha). Certo mesmo é que a convocação final de Felipão para a Copa das Confederações acontecerá no dia 14 de maio. A equipe iniciará a preparação para o torneio no dia 27, no Rio de Janeiro.
Antes da partida começar, a paixão das torcidas de Atlético-MG e Cruzeiro já falava mais alto no Mineirão. Na escalação dos jogadores, gritos para Dedé, da Raposa, e Réver, Ronaldinho Gaúcho e Marcos Rocha, do Galo. Todos tiveram tratamento diferenciado, mas Réver e R10 foram os mais exaltados e vaiados pelos cruzeirenses.
No hino nacional, outra curiosidade. Os celestes cantaram com mais entusiasmo o trecho “a imagem do cruzeiro resplandesce”. A briga pelos gritos nas arquibancadas também foi um espetáculo à parte no Mineirão. Quando cruzeirenses entoavam seus cânticos, os atleticanos vaiavam, e vice-versa. Fruto da enorme rivalidade em Belo Horizonte.
A bola rolou, e outra disputa ficou clara. Quando um atleta do Atlético-MG errava, os cruzeirenses vaiavam. E foi assim nos minutos iniciais da partida. Ronaldinho Gaúcho era o mais perseguido. Bastava errar uma bola e os apupos apareciam no Mineirão.
Ficou clara também a marcação individual que Jorge Sampaoli colocou em cima de Neymar. Álvarez colou no camisa 11 para conter os avanços da estrela da Seleção. Abusou algumas vezes dos lances mais ríspidos, mas também superou o atacante do Santos em outras oportunidades.
E para surpresa geral no estádio, aos sete, o Chile abriu o marcador. Após cobrança de falta da esquerda, Dedé se enrolou com o goleiro Diego Cavalieri e a bola sobrou para Cortés, que não conseguiu cabecear para o gol. A bola sobrou no alto, González, zagueiro do Flamengo, ganhou de Réver e testou: 1 a 0.
Com a torcida impaciente, o Brasil estava perdido em campo. E o Chile pressionou ainda mais. Aos 12, Dedé deu bobeira e Mena tomou a bola. O jogador avançou da intermediária até a área da Seleção e, cara a cara com Cavalieri, tentou bater rasteiro, mas o arqueiro fez ótima defesa.
Três minutos depois, o Brasil teve chance de igualar o placar. Jadson recebeu na entrada da área e bateu cruzado. A bola estourou na trave direita chilena. Na sobra, Ronaldinho foi travado na hora do chute. Parecia que o time canarinho passaria a dominar as ações. Mas ficou no quase.
Réver gol Brasil amistoso Chile (Foto: AP)
O Chile quase fez mais um no lance seguinte. Aos 22, Vargas fez boa jogada pelo lado direito e cruzou para Rubio. O atacante tentou de bicicleta e a bola passou rente à trave de Diego Cavalieri. Mesmo pecando nos passes e deixando o Chile comandar as ações, o Brasil chegou ao empate após cobrança de escanteio de Neymar. Aos 24, Réver se antecipou aos zagueiros e cabeceou para deixar tudo igual no Mineirão. Festa da torcida do Atlético-MG, que ovacionou o zagueiro.
O mesmo Réver saiu jogando mal pouco depois, deu a bola nos pés de Meneses, e ainda cometeu pênalti no atacante. Lance ignorado pelo árbitro Carlos Amarilla.
Em seguida, quando Neymar recebeu dentro da área, depois de ótima jogada de Jean, e isolou, a torcida perdeu a paciência de vez, e xingou o jogador. No fim da etapa incial, vaias ao Brasil.
Olé para o Chile, e Neymar artilheiro e 'pipoqueiro'
Alexandre Pato e Henrique voltaram a campo nos lugares de Leandro Damião e Dedé. Frustração cruzeirense, que perdeu seu "Mito", e testes de Felipão, que ainda tem lacunas a preencher na convocação para a Copa das Confederações.
Na primeira oportunidade que teve, o jogador do Corinthians protagonizou uma espécie de quadrado mágico. Recuperou a bola e tocou para Ronaldinho. Dele para Jadson, que, num belo passe, achou Pato em profundidade. E aí foi um show de solidariedade. O atacante poderia fazer o gol, mas preferiu dar um presente a Neymar, que marcou o segundo e agradeceu.
O Chile esboçou entregar os pontos diante de uma seleção brasileira que, finalmente, conseguia controlar a partida com Jadson e Ronaldinho mais próximos. Mas foi só um esboço. Um conhecido do futebol nacional voltou a equilibrar o duelo.
Eduardo Vargas, do Grêmio, ajeitou para o pé direito e acertou um belíssimo chute no canto esquerdo de Cavalieri. E a torcida, que estava animada e cantando o tradicional "sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor", voltou a chiar.
Por testes ou cansaço, os técnicos mexeram mais, e o jogo perdeu em qualidade. No Chile, entraram Fuenzalida, Muñoz e o ex-palmeirense Figueroa. Felipão colocou Fernando, Osvaldo e o atleticano Marcos Rocha - para sua torcida voltar a delirar - nos lugares de Ralf, Jadson e Jean.
Desentrosadas, as equipe criaram menos ainda. Era tudo na base da correria, sem muita organização. Foi assim que Osvaldo, em lance individual, sofreu pênalti de Mena, e o árbitro paraguaio mandou seguir. Depois, Leal foi expulso por entrada dura em Fernando.
Frustração para os 53.331 torcedores que pagaram ingresso, e geraram uma renda de mais de três milhões de reais na primeira vez em que o Brasil atuou num estádio da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014. E geraram também um sonoro "olé" durante as trocas de passes do Chile. E uma vaia estremecedora ao time de Felipão, que terminou nos gritos de "Neymar pipoqueiro".
Um teste que deixou ressalvas ao Mineirão, e reprovou a Seleção.
Fonte/ Leandro Canônico e Márcio Iannacca
Globo Esporte / Belo Horizonte
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