RIO - Após pedido do Ministério do Esporte, o
Fluminense se comprometeu ontem a oferecer ajuda ao bicampeão mundial e
ex-lateral do clube Altair Gomes de Figueiredo, de 75 anos, que sofre do
Mal de Alzheimer e, no último sábado, ficou perdido por dez horas em
Brasília. Altair defendeu o tricolor nos anos 1960 e é o quarto jogador
com mais partidas pelo time: 551. Em Brasília para receber uma homenagem
da Embaixada da República Checa pelo título mundial de 1962, ele chegou
a participar de um almoço de confraternização com colegas de seleção na
sexta-feira. No dia seguinte, desapareceu do hotel onde estava
hospedado pouco antes de o grupo seguir para o estádio Mané Garrincha
para ver a estreia do Brasil na Copa das Confederações. Altair só foi
encontrado no fim da noite, por jornalistas, andando desorientado na
Avenida das Nações, uma das principais vias da capital. Segundo Peter
Siemsen, presidente do Fluminense, a família do craque foi procurada em
2011, mas recusou ajuda.
Altair já está em casa,
em São Gonçalo, onde é atendido por uma cuidadora. Colega de Altair dos
tempos de Fluminense e seleção, Jair Marinho diz que o craque vem
apresentando sinais da doença há dois anos, mas que não esquece dos
tempos de glória:
- Ele lembra daquela época com
detalhes, mas esquece de situações recentes, como o que lhe aconteceu
enquanto esteve perdido em Brasília. Quando nos encontramos falamos
muito de futebol.
Ainda segundo Jair Marinho,
apesar da doença, Altair costuma se locomove sozinho, indo a sua casa
visitá-lo, em Niterói, e também a outros pontos da cidade, como a
Estação das Barcas e as praias de Icaraí e São Francisco.
-
Como ele é muito conhecido, não tem problema. E se for durante o dia,
não se perde. Só à noite é que ele se desorienta - diz Jair, que também
costuma levá-lo para passear. - Sempre que posso o levo para ver jogos.
Comigo ele não se perde, porque tomo conta dele. Se estiver bem, talvez o
leve ao Maracanã na próxima quinta-feira para ver Espanha e Taiti.
O
nome de Altair figura na Parede dos Ídolos do Futebol Tricolor, na sede
do clube. No Fluminense, ele conquistou três títulos estaduais (1969,
1964 e 1969) e dois Torneios Rio-São Paulo (1957 e 1960), sendo um de
seus laterais-esquerdos de maior destaque. Pela seleção, jogou 22
partidas. Altair foi considerado por muitos o melhor marcador que
Garrincha já teve.
Fonte/CorreiodoPovo
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