quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sindicato vê jogadores do Piauí em 'escravidão' e pede suspensão de time

De acordo com denúncia, atletas do Caiçara dormem no chão e não têm alimentação. Entidade afirma que clube será multado pela Justiça do Trabalho O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Piauí promete reagir às denúncias dos ex-treinadores e ex-jogadores do Caiçara, comparado ao Íbis como pior time do mundo. O presidente da entidade, Vasconcelo Pinheiro, afirmou que vai impedir a entrada da equipe na última rodada do Campeonato Piauiense e considerou a situação dos atletas como “escravidão moderna”. No alojamento do clube, em Campo Maior, não há bola, jogadores dormem no chão e não há comida. Na hora do banho, os atletas usam uma cuia. - É uma escravidão moderna a qual os jogadores estão submetidos. Caso confirmado, vamos buscar impedir a entrada deles em campo na última rodada até que a situação seja resolvida- afirmou Vasconcelo. A falta de material esportivo e as condições precárias de trabalho (veja vídeo ao lado), de acordo com o sindicato, serão motivos de fiscalização da Justiça do Trabalho. Segundo Vasconcelo Pinheiro, entre multas e o pagamento dos salários atrasados dos jogadores, o clube piauiense talvez não consiga arcar com as dívidas trabalhistas e pode ficar fora de outros campeonatos. A Federação de Futebol do Piauí (FFP) também será responsabilizada, segundo Vasconcelo, por não garantir condições mínimas aos times. - A federação também tem sua parcela de contribuição nessa situação porque não observa se as equipes federadas têm condições de cumprir com suas responsabilidades. As más condições de trabalho não estão restritas somente à equipe do interior. Há dois meses, de acordo com o sindicato, foi encaminhado um ofício à Superintendência do Ministério do Trabalho no Piauí para que as equipes de futebol fossem fiscalizadas. - As duas primeiras equipes fiscalizadas, River-PI e Piauí, após o processo, pediram um prazo para adequar a situação dos profissionais, que não são só os jogadores. Agora ainda temos o Flamengo-PI descontando de forma arbitrária 30% dos salários dos jogadores. É um absurdo – criticou Vasconcelo. Alojamento do Caiçara (Foto: Divulgação)Sem cama, jogadores dormem no chão, de acordo com denúncia de ex-atletas (Foto: Divulgação) A diretoria do clube de Campo Maior nega as acusações. No Campeonato Piauiense, o Caiçara amarga a lanterna da competição. Foram nove derrotas, três empates e apenas uma vitória, que encerrou o jejum de seis anos. O time levou 30 gols em 13 partidas. Entenda o caso De acordo com Péricles Veloso, um dos quatro treinadores do Caiçara ao longo da temporada, o clube não oferece condições mínimas de trabalho para os atletas: falta de material esportivo, boa moradia, alimentação adequada e pagamento em dia. O ex-técnico afirmou que pagou o combustível para ir aos treinos do próprio bolso. - Tinha jogador dormindo no chão em alojamento lá. Alguns não tinham nem local para ficar e acabavam tendo que dormir nas casas dos outros companheiros de time. É uma realidade triste, mas é isso que o Caiçara oferece como estrutura para seus funcionários. Sem contar que, além disso, ainda bancava o combustível de Teresina para Campo Maior todos os dias, comprava lanche para os jogadores. Tudo do meu próprio bolso. Lá é amadorismo total. Fonte/GloboEsportes

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