Empresários insinuam que clubes brasileiros devem diminuir o valor da folha de pagamento dos atletas com a nova determinação da Fifa
"Quem vai pagar essa conta são os jogadores, que foram os grandes beneficiados com a entrada de investidores. Eles tiveram seus salários multiplicados acima de qualquer índice de mercado porque os fundos de investimentos liberaram os clubes da obrigação de fazer as contratações e, assim, os dirigentes começarem a competir entre si para ver quem pagava o maior salário", diz Frederico Pena, diretor de futebol da Traffic.
A empresa é dona do Desportivo Brasil e do Estoril, de Portugal, e tem vários jogadores espalhados pelo País. Todas as operações de investimento, compra e venda de jogadores da Traffic são feitas por esses clubes. Assim, segundo Pena, o fim da participação de fundos de investimentos no futebol não afetaria diretamente a empresa. Mas o diretor acredita que empresas que não são proprietárias de clubes podem encontrar outros meios para continuar em atividade. "Hoje, quando é feita uma transferência, o clube vendedor tem de declarar que é dono da totalidade dos direitos econômicos do atletas. Hoje, entre aspas, os clubes já estão mentindo para a Fifa porque ela não tem como controlar o que o cada um faz com o dinheiro."
O empresário Luiz Alberto de Oliveira Filho, dono da LA Sports, tem parcela nos direitos econômicos de mais de 50 atletas e aposta que até a medida anunciada ontem entrar em vigor já serão criados novos mecanismos de compra e venda de jogadores. "Esse tempo de transição dado pela Fifa normalmente é o mesmo da validade de contratos que estão em vigor. Os próximos acordos deverão ser feitos de outra forma."
Para o empresário Marcelo Robalinho, o fim dos fundos de investimento pode provocar uma fuga de capital do futebol. "Além do risco de trazer para as federações o ônus de indenizar os fundos de investimentos porque estão acabando com uma atividade que é legal, os clubes europeus, que estavam começando a pagar valores mais altos pelos jogadores brasileiros, vão continuar comprando a preço de banana.
Fonte/Estadão
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