Técnico da Seleção masculina e da equipe feminina da
Unilever, Bernardinho mostrou sua indignação à corrupção na Confederação
Brasileira de Vôlei. O comandante exaltou o tempo de dedicação que teve
à entidade e ainda revelou um câncer no rim, que, para ele, pode até
servir como uma metáfora para a ‘turbulência’ pela qual a CBV está
passando.
"Senti que dei minha saúde. Ainda não sei que
desdobramento vai ter, mas faço aqui uma revelação. Cheguei do Mundial
na Polônia e num exame de rotina descobri um tumor no rim direito. Nele
havia células malignas. Extirpei o tumor e estou aparentemente bem. A
cirurgia completou três meses. Fico ruminando essa história, porque há
um ano e dez meses não tinha problema de saúde. Mas a irresponsabilidade
vai te maltratando e maltratando", contou Bernardinho em entrevista à
revista Veja.
O treinador ainda comparou o escândalo da CBV à doença.
"O médico do Hospital Sírio-Libanês que me atendeu disse assim: ‘O que
tirei do seu corpo é uma metáfora do que deve ser extraído do país’. A
sensação que tenho hoje é essa mesmo: tudo o que está acontecendo com o
vôlei é uma pequena célula doente de um organismo. Pode haver mais",
comentou.
A sensação do comandante da Seleção, que não pretende
abandonar a equipe, é de traição e de tristeza por saber que existem
pessoas que acreditam que ele também fez parte desse escândalo. "Eu me
sinto traído, isso sim. As pessoas dizem que estou por trás dessas
acusações. Não estou por trás de nada. Primeiro, porque, se tiver de
fazer algo, faço pela frente. Muito mais que revoltado, hoje estou
triste", colocou.
"O vôlei é um esporte lindo. Dediquei boa parte da minha
vida a uma causa e, com base em todas essas evidências de corrupção,
posso dizer que algumas pessoas se beneficiaram de um trabalho honesto",
acrescentou.
Fonte/DiáriodeSãoPaulo
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