O ABC completa 100 anos neste ano de 201’5.
Em quase metade deste século de história, uma figura simples, carismática, risonha, honesta, trabalhadora esteve todos os dias no ABC.
João Bernardo. Joca. Eu o chamo, sempre chamei de Joquinha.
O roupeiro, mordomo, o “Pau de Lata” como o apelida o ex-companheiro Furão, massagista.
O clube fez festa nesta quinta-feira (22) para ele. Justo no dia do aniversário do Frasqueirão.
Joquinha distribuiu material para Alberi, Capitão Edson, Marinho Chagas, Danilo Menezes, entre outros monstros sagrados e tem muita, mas muita história para contar.
Certamente é o funcionário de clube com mais títulos conquistados na história do futebol mundial.
E claro, como funcionário que muitas vezes não merece o respeito de dirigentes, passou também por muitos apertos.
Foi, talvez, quem mais sofreu e sentiu, na pele, as crises enfrentadas pelo clube do povo em anos de dificuldades.
Salários atrasados, falta de títulos, fora de série, incertezas, e Joquinha lá, fizesse chuva ou sol, domingos e feriados, o dia que fosse, fazendo o seu trabalho sem reclamar.
Hoje, merecidamente, tem o reconhecimento da torcida, da imprensa, e é mais respeitado que a maioria dos dirigentes que passaram pelo clube.
Joguei no ABC em 1987.
Um ano ruim.
Sem título, time de muitos jogadores, de um treinador perdido.
Fui sempre muito bem tratado, respeitado pelo Joquinha e Furão, essa dupla que não devia ter sido separada.
Foi para um Joquinha espantado, boquiaberto que eu, na apresentação do novo treinador do ABC, no início de 1988, vendo que não seria aproveitado, tirei o material, ainda no campo, e coloquei nas suas mãos.
- Aqui Joquinha, estou indo embora, pode guardar o material.
- Vem mais não? – perguntou.
-Não – respondi.
E ele: - hômi, faça isso não...
Felicidades meu amigo Joquinha, espero que você esteja recebendo o reconhecimento que merece pelo seu trabalho.
Fonte/EdmoSinedino
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