Ex-jogador de basquete também faz quimioterapia
Oscar tenta tudo na luta contra um glioma, câncer no cérebro diagnosticado em 2011. Depois de duas cirurgias, sessões de radioterapia, quimioterapia e novos tratamentos feitos nos Estados Unidos, um dos maiores jogadores da história do basquete mundial visita médiuns em busca de tratamentos espirituais. Ontem, ele esteve com o mineiro Paulo Neto, que costuma fazer mais de mil atendimentos por dia em Minas e interior de São Paulo. Antes, havia feito uma consulta a João de Deus, líder espiritual que costuma atrair 5000 pessoas a Abadiânia, em Goiás.
Outro remédio do tratamento é o bom humor. “Vou morrer, mas vou atirando. Não vou ficar sentado em casa. O que aparecer de tratamento eu vou fazer. Quem cura é a cabeça”. Nesta entrevista exclusiva ao Estado, o Mão Santa – apelido do qual ele gosta, mas não tanto assim por valorizar o treinamento –, mostra otimismo sobre dos Jogos de 2016. “Vamos bater o recorde de medalhas no Rio”, diz.
Como está sua saúde hoje?
Estou bem, mas faço tratamento. Uma vez por mês, durante cinco dias, eu tomo Temodal, remédio para quimioterapia. Essa é minha principal obrigação. Além disso, fiz um tratamento em Los Angeles que injetaram plasma do meu próprio sangue na minha coluna. A ideia é que as células sadias ajudem a recuperar as outras. Eu vou morrer dando tiro.
Você tem tomado cuidados espirituais também?
Sim. Eu já fui no João de Deus e no Paulo Neto (ambos são médiuns). Sempre aparece alguma coisa e eu acabo indo. A gente não pode ficar em casa fazendo só o que os médicos mandam. Também não posso deixar o Temodal. Aí, eu morro mesmo.
Você acredita nos médiuns?
Eu sou católico, isso não vai mudar. Mas esses lugares têm uma energia muito boa. Não vou perder nada indo até lá. É de graça. Tem 1300 pessoas que vão lá. Vou e levo uma garrafa de água para ele energizar. Vou em quantos aparecerem na minha frente. Eu sei que eu tenho a doença, mas se eu ficar sentado dentro de casa, eu vou morrer. Eu preciso me mexer. Quem cura é você. É a cabeça que cura.
Você pensa na doença?
Quase nunca. Só penso nela na semana do tratamento. Mas é uma doença traiçoeira. Aí, eu abro a cabeça e tiro de novo.
Incomoda falar sobre ela?
Não. Todo mundo vai morrer. Minha vida foi linda desafios. Esse é mais um. Eu faço um monte de piadas comigo mesmo. Ultimamente, eu diminuí as piadas. Minha mulher e minha filha não gostam. Elas sofrem mais do que eu com isso.
Tem efeitos colaterais por causa da quimioterapia?
É um tratamento pesado. É bom tomar um remédio antes das sessões para controlar os enjoos. Eu só vomitei uma vez Mas eu me sinto bem. Não tenho restrições, posso fazer tudo e até jogo futebol.
Pode jogar?
Não tenho restrições. Faço até gols de cabeça, mesmo com isso (mostra os riscos finos no cocuruto, de orelha a orelha, sinais das duas cirurgias para retirada do tumor que apareceu em 2011 e retornou em 2013).
O que você faz diariamente?
Hoje, eu vivo basicamente de palestras para empresas. Costumo fazer entre oito e doze por dia no Brasil inteiro.
O que fala nas palestras?
Tenho três tipos de pelas palestras. Uma, chamada de “Obstinação”, que aborda cinco valores (Visão, Decisão, Time, Obstinação e Paixão). As outras duas são “Trabalho em Equipe” e “Desafios”.
Você foi escolhido como melhor palestrante do mercado brasileiro em 2013...
Foi um sonho que consegui realizar. Fiquei feliz.
Fonte/Estadão
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