quarta-feira, 6 de maio de 2015

Bom Senso exige de diretor da CBF que se afaste de MP do Futebol

 

Órgão vê conflito de interesses após nomeação de Marcelo Aro (PHS/MG) como novo diretor de ética e transparência da CBF

                                                   
O Bom Senso FC comunicou nesta quarta-feira que pediu ao deputado federal Marcelo Aro (PHS/MG) seu afastamento da função de membro da Comissão Mista que analisa a chamada MP do Futebol. Na visão do órgão, há conflito de interesses na presença do político na discussão do projeto, visto que ele foi nomeado diretor de ética e transparência da CBF - uma das partes envolvidas no debate e sistematicamente questionada pelo Bom Senso.

O grupo questiona a nomeação feita pela CBF. Diz que é um gesto que "desmoraliza o futebol brasileiro e o Congresso Nacional". Em contato por telefone com o GloboEsporte.com, o deputado disse não ver nenhum conflito de interesse entre seu cargo na CBF e a participação na comissão mista. Segundo ele, faz parte do processo legislativo a participação dos parlamentares nos assuntos ligados às áreas em que atuam.

- Não acredito que tenha nenhum conflito. Não há nenhum desconforto da minha parte. Se tivesse algum tipo de impedimento, nem eu e nenhum outro deputado que está lá poderia participar da comissão. Teríamos que fechá-la e, consequentemente, fechar também o Congresso Nacional. Porque sempre estamos aqui militando nas áreas que temos mais conhecimento. Se for seguir essa lógica, um diretor da OAB não poderia legislar em nenhum assunto sobre o qual a Ordem emitiu um posicionamento? Na votação da maioridade penal, não poderia votar nenhum parlamentar advogado ou ligado aos direitos humanos?
Marcelo Aro, deputado do PHS/MG (Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)Marcelo Aro, deputado do PHS/MG (Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)


Marcelo Aro, que é conselheiro do Atlético-MG e ex-diretor da Federação Mineira de Futebol citou ainda outros vários deputados que fazem parte da comissão e têm ligação com o futebol.

- Ser analisar um a um, os que integram a comissão são todos totalmente integrados ao futebol. Não tem um que não tenha ligação com o futebol. O Romário foi jogador, tem filho jogador. O Zezé Perrela é ex-presidente do Cruzeiro. O Rogério Marinho é vice-presidente do ABC (de Natal). O Jovair é conselheiro do Atlético-GO. O Andrés Sanches, do Corinthians. O próprio Vicente Cândido, que também é diretor da CBF e está nas discussões da MP - concluiu.

Sobre a Medida Provisória, o deputado admitiu que tem posicionamento parecido com o de outros dirigentes da CBF em relação a questões como a imposição do limite de mandatos para federações e confederações e limite de gastos dos clubes com o futebol. Porém, Marcelo garantiu que esse é o seu posicionamento desde antes de assumir o cargo na entidade.

- O que estaria errado é se eu mudasse minha opinião por estar na CBF. Mas o meu posicionamento é de ante de assumir o cargo. Eu penso que o centro da MP é o refinanciamento. Mudanças no futebol, acredito que precisamos. Mas elas devem ser dentro das instituições, dentro dos clubes, das confederações. Não por imposição da lei. O futebol é algo privado, o Estado não pode interferir. O clube poder gastar só 70% das receitas com o futebol é algo que o Estado tem que impor? Tem algumas imposições que não acho válidas - concluiu.
Fonte/GloboEsportePB

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