Joseph Blatter foi eleito pela quinta vez consecutiva para ser o presidente da Fifa, nesta sexta-feira, em Zurique (Suíça). Seu único adversário, Al bin Al-Hussein, desistiu quando a decisão foi para o segundo turno. Assim, o atual mandatário seguirá no comando da entidade que rege o futebol mundial até 2019, tendo pela frente mais uma Copa do Mundo, na Rússia, em 2018.
A eleição não foi decidida logo no primeiro turno. Os 209 membros do comitê executivo deram 133 votos para Blatter e 73 para Al bin Al-Hussein, príncipe da Jordânia, o único candidato opositor após as desistências de Michael van Praag e Luís Figo na semana passada - ainda aconteceram três abstenções.
O suíço precisava de 2/3, ou 140 votos, para ganhar o pleito logo de cara.
Assim, pela primeira vez desde que disputa as eleições da Fifa, ele iria para o segundo turno. mas Ali bin Al-Hussen desistiu de encarar uma outra votação, e assim Blatter foi reeleito pela quarta vez presidente da Fifa.
A votação quase não aconteceu depois dos eventos da última quarta-feira, quando o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o FBI deflagraram uma operação para prender membros do comitê executivo da Fifa acusados de corrupção, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
A pressão de vários dirigentes pelo adiamento da eleição foi grande, mas o presidente Joseph Blatter garantiu que a programação não seria mudada.
Assim, depois de 16 itens agraciados, o 65º Congresso da Fifa abrir os trabalhos para a eleição.
Em seu discurso, o oposicionista Ali bin Al-Hussein voltou a falar em tempos de mudança na entidade. "Você deve ser o orgulho das nações. O mundo que está olhando para nós não é estranho à Fifa. Foram muitas pessoas necessárias para construir tudo isso. Vamos ter de suportar a mancha que caiu sobre nós nos últimos dias. Queremos dar uma oportunidades aos jovens. Estamos aqui na encruzilhada do futebol. Eu estarei orgulhoso de ocupar este cargo", declarou.
"O mundo espera que nós levantemos e combatamos pela Fifa, nosso jogo e por cada um. Não podemos ignorar o clamor fora de nossas portas. Nós ouvimos questionamentos sobre se nossa família (Fifa) está moralmente quebrada. Hoje é o momento de dar ao novo amanhecer uma chance de romper a escuridão", seguiu o jordaniano.
"Não vou me esconder das coisas que acontecem. Vou aceitar minha responsabilidade por erros. Se chego ao escritório, aprenderei com todos vocês. Não atuarei de maneira unilateral. Quero seguir os valores do que o mundo espera da Fifa. É bom que se diga como sou e o que pretendo ser. Não podemos nos dar por vencidos. Temos que nos juntar para falar em uma só voz. Temos que unir. A Fifa tem que ser digna. Peço a vocês que não me escolham só por um voto, mas sim pela mudança. Peço seu voto através do que dite sua consciência e coração", afirmou o vice-presidente da Fifa na Ásia.
Blatter, então, tomou a palavra.
"A Fifa tentará seguir em frente no bom caminho. Não precisamos de uma revolução, precisamos de uma evolução. Ontem, inclusive hoje, estão me fazendo responsável pelo que estamos vivendo. Aceito a responsabilidade", disse. "Enfrento e aceito. Quero levantar a Fifa do chão com todos vocês".
"Não precisamos da intervenção de forças políticas. Prometo a vocês uma Fifa forte, uma Fifa bonita, linda, mas tem que trabalhar duro. Não posso fazer sozinho. Preciso de vocês. Simplesmente será baseado em confiança, em respeito. Vai ser baseado no jogo limpo", continuou o suíço.
"Vocês me conhecem, eu não preciso me apresentar, vocês sabem como trabalho. Posso contar com vocês? Eu lhes peço, humildemente, seu apoio. Creio que o tempo na Fifa é muito curto e vai seguir sendo curto. Estou com vocês. Quero ficar com vocês, quero continuar com vocês. É uma questão de confiança", discursou.
Relembre abaixo as outras eleições de Blatter
1998: Após João Havelange deixar o comando após 24 anos, dois candidatos se apresentaram para a eleição: o secretário-geral da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente da Uefa, Lennart Johansson.
Após disputada campanha eleitoral, o suíço venceu o sueco por 111 votos a 80, em eleição realizada em Paris. O pleito iria para o segundo turno, mas Johansson desistiu e Blatter foi eleito presidente antes da segunda votação.
2002: Blatter foi desafiado pelo presidente da CAF, o camaronês Issa Hayatou. Pouco antes da eleição, o suíço foi acusado por 11 membros do Comitê-Executivo da Fifa de má gestão do dinheiro da entidade e abuso de poder, tendo a imagem arranhada. No entanto, Blatter fez sua mágica, recuperou o prestígio e ganhou por 139 a 56, em Seul.
2007: Sem opositor, Blatter foi eleito por aclamação em Zurique.
2011: Blatter foi desafiado pelo presidente da AFC (Confederação Asiática de Futebol), Mohamed Bin Hammam, antigo aliado do suíço e um dos homens que ajudou a recuperar a imagem do amigo durante o escândalo de 2002. Uma semana antes da eleição, o catariano foi acusado de oferecer propina em troca de votos, e retirou sua candidatura, com Blatter sendo reeleito com 186 dos 203 votos possíveis. Bin Hammam ainda seria banido pelo resto da vida de qualquer cargo no futebol.
Fonte/MSN
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