quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Brasil estreia nesta quinta nas eliminatórias contra o Chile

Dos 23 convocados, apenas seis já disputaram o torneio


David Luiz, à esquerda, e Willian disputam a bola no treino em Santiago - IVAN 
Toda vez que o Brasil inicia uma disputa por vaga em uma Copa, o discurso é o mesmo: eliminatória é guerra. E essa batalha será uma experiência inédita para a maioria dos jogadores da seleção. Dos 23 atletas convocados pelo técnico Dunga, apenas seis já disputaram um jogo da competição. E deste grupo, apenas três devem estar em campo nesta quinta-eira, contra o Chile, às 20h30m, no estádio Nacional de Santiago: Daniel Alves, Miranda e Filipe Luís. Os outros convocados que conhecem a pressão do torneio são o lateral Marcelo e os veteranos Kaká, de 33 anos, e Ricardo Oliveira, de 35.

A experiência deles será fundamental para que o Brasil deixe a capital chilena com um bom resultado em um jogo em que não poderá contar com Neymar. O atacante ainda precisa cumprir mais dois jogos de suspensão pela expulsão contra a Colômbia durante a Copa América.
— Lembro que disputei as eliminatórias em 2005 e era completamente diferente de quando você vem da Europa. Esse tipo de competição é completamente diferente. Ninguém vai ser pego de surpresa (agora) com campo, ambiente, atmosfera — lembra o artilheiro do Campeonato Brasileiro pelo Santos e que na época jogava no Bétis, da Espanha.

Apesar da falta de jogadores experientes numa competição tão importante para o Brasil, o índice de renovação na seleção já foi ainda maior em situações semelhantes no passado. Tanto na estreia da seleção nas eliminatórias para a Copa de 1978, quando no início da caminhada para o Mundial de 2002, apenas um jogador havia disputado a eliminatória anterior. No primeiro caso, Rivellino disputara o torneio que valia vaga para a Copa de 1970. No outro, apenas o zagueiro Antônio Carlos tinha experiência na disputa pelas vagas para o Mundial de 1994.
Ainda assim, o peso que os jogadores sentem neste momento deve ser maior. Primeiro porque dez deles estiveram na Copa do ano passado, quando a seleção foi implacavelmente goleada pela Alemanha por 7 a 1 na semifinal. E também porque a seleção vem de uma Copa América em que fracassou ao ser eliminado pelo Paraguai nas quartas de final.
DÚVIDAS NO CHILE
Isso tudo se junta a um torneio que promete ser o mais difícil dos últimos tempos por conta das ascensões do Chile, campeão da Copa América, e da Colômbia, que fez um ótimo Mundial. Os dois se juntam ao próprio Brasil, Argentina e Uruguai como candidatos às quatro vagas diretas para a Rússia-2018. O quinto colocado ainda disputará um playoff contra o campeão da Oceania.
— As seleções melhoraram muito de nível. Até mesmo o Peru e a Venezuela progrediram e oferecem agora muitas resistência — disse o zagueiro David Luiz, que jogará a sua primeira eliminatória e dá a receita do sucesso no torneio. — Tem que ter inteligência para não perder a cabeça.
O Chile ostenta um ligeiro favoritismo hoje, mas tem problemas no time. Ontem, o técnico Jorge Sampaoli disse que Vidal e Alexis Sanchez são dúvidas para a partida. Já o Brasil tem a seu favor o retrospecto. A seleção não perde para os chilenos há 15 anos. A última derrota foi um 3 a 0 em agosto de 2000, em Santiago. Na Copa, o Chile esteve muito perto de eliminar a seleção nas oitavas de final. Mas o Brasil avançou após uma dramática disputa de pênaltis no Mineirão.

Para Dunga, o time precisa usar a tática de um pugilista no jogo de hoje:
— Só se defender não dá certo. Com a qualidade dos atacantes, dos chutes de média e longa distância, temos que atacar como faz um pugilista. Se ele ficar só se defendendo, uma hora vão acertá-lo. É o equilíbrio entre defesa e ataque.

O técnico chileno, Jorge Sampaoli - IVAN ALVARADO / REUTERS


 Fonte/Globo

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