Ao contrário do que vem sendo publicado nas redes sociais desde o último sábado, quando foram divulgados termos do compromisso judicial acertado entre o ABC e o Tribunal Regional do Trabalho da 21° Região (TRT21), em Natal, o alvinegro não corre o risco de perder judicialmente o Estádio Maria Lamas Farache, o Frasqueirão, em função das dívidas trabalhistas acumuladas nos últimos anos pelo clube. Pelo menos é o que afirma o assessor jurídico abecedista, Alexandre Pinto.
Em
contato com a reportagem do NOVO na tarde de ontem, Alexandre revelou
que em nenhum momento o Frasqueirão foi penhorado junto à Justiça, indo
de encontro à cláusula quatro do Termo de Compromisso Judicial 01/2015,
conhecido como Ato Trabalhista, firmado entre as partes.
Nele,
“fica acertado entre as partes que, enquanto honrado o presente termo
de compromisso, o estádio denominado Frasqueirão será penhorado a título
de garantia dos acordos homologados e do presente Termo de
Compromisso”, afirma o acordo.
De acordo com o
jurista, o estádio foi apenas dado como garantia de que o clube tem
condições de quitar com o valor referente ao acordo judicial firmado em
junho deste ano. Sendo, em último caso, levado à hasta pública. “O
Frasqueirão foi dado apenas como garantia de pagamento das dívidas. Não
existe a mínima possibilidade de a justiça levar o estádio a leilão.
Isso está descartado”, justifica Alexandre Pinto.
Conforme
este mesmo NOVO noticiou há cerca de um mês, a atual dívida trabalhista
do ABC gira em torno de R$ 2 milhões. Esse valor está sendo pago em
prestações de R$ 50 mil - que passarão a ser de R$ 70 mil a partir de
junho de 2016 - até que sejam sanadas todas as dívidas do clube.
Embora
os valores das parcelas sejam considerados altos e comprometam uma
porcentagem significativa do orçamento alvinegro, Alexandre Pinto
argumenta que pelo menos para os próximos três anos o ABC não deve ter
problemas para pagar em dia os compromissos. Isso porque, atualmente, o
clube ocupa a “primeira divisão” da Timemania e recebe por mês cerca de
R$ 200 mil da loteria federal, além de possuir outras fontes de receita
capazes de manter em dia os vencimentos, como a receita de
sócio-torcedores.
Além
da penhora do Frasqueirão, o acordo prevê, em caso de atraso ou não
pagamento das parcelas, perda nos rendimentos da Timemania – atualmente
uma das principais fontes de receita do alvinegro potiguar – e bloqueio
das receitas alvinegras.
“Fica determinado ainda,
sem prejuízo do preceito contidona cláusula quarta, que a inadimplência
de qualquer parcela por parte do ABC Futebol Clube, fica determinado o
bloqueio da parcela que a executada tem a receber junto a Caixa
Econômica Federal no concurso de prognósticos denominado Timemania na
agência 0035 – Setor de Lotéricas conta número 7496-4”, acrescente a
decisão.
A expectativa do ABC é de que todas as
dívidas trabalhistas, que podem aumentar após o julgamento de novas
ações que tramitam no âmbito judicial, sejam quitadas em no máximo sete
anos. Até lá, acredita Alexandre Pinto, as parcelas mensais serão muito
menores que as atuais, o que reduz o risco de não cumprimento dos
pagamentos.
“Na medida em que as parcelas forem
sendo pagas, obviamente o montante de dívidas será reduzido. Com isso,
as parcelas mensais irão diminuindo gradativamente, até que tudo seja
devidamente pago”, concluiu.n
A penhora do
Frasqueirão foi revelada após a divulgação do Termo de Compromisso
Judicial 01/2015, conhecido como Ato Trabalhista, assinado pelo
vice-presidente jurídico, Alexandre Pinto, como representante do ABC, e o
coordenador da Central de Apoio à Execução (Caex), juiz do trabalho
Cacio Oliveira Manoel. O documento vinha sendo mantido em segredo pela
diretoria do ABC.
Fonte/NovoJornal
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