O retorno de Judas Tadeu Gurgel ao comando do ABC foi celebrado pela grande maioria da torcida abecedista. Marcado pela construção do estádio Frasqueirão e pela conquista de cinco títulos estaduais nos 11 anos da sua primeira passagem pelos lados da Rota do Sol, o novo mandatário chega ao alvinegro com a promessa de devolver o clube ao seu torcedor e recolocar o ABC nos rumos das grandes conquistas.
Para tal, Judas acredita que é preciso reformular as estruturas abecedistas em todos os seus setores. Um dos pilares da campanha dele é promover mudanças drásticas e modernização dos departamentos de futebol profissional, das categorias de base e do setor administrativo do clube.
Segundo Tadeu, fortalecendo de imediato esses pontos o ABC voltará a formar times competitivos, a revelar jogadores de alto nível em médio prazo – e, posteriormente, vendê-los – além de fortalecer o vínculo com o torcedor através da conquista de títulos. “O ABC precisa do sócio-torcedor e o torcedor só vira sócio quando vê o time bem em campo”, acredita.
Para promover essa transformação, Judas iniciou a reformulação do atual plantel abecedista poucas horas após ser aclamado presidente. Na manhã da última terça-feira, ele anunciou Narciso como novo treinador alvinegro – em substituição a Sérgio China – e, na quarta-feira, a renovação contratual do volante Márcio Passos, que chegou ao clube em julho deste ano, mas não pôde entrar em campo oficialmente por problemas jurídicos, até o fim de 2016.
Os dois nomes são apenas os primeiros do novo ABC de Judas Tadeu. A expectativa da nova direção é de que até o fim do ano sejam revistos contratos dos atuais jogadores que têm vínculo com o alvinegro para a próxima temporada e que novos atletas sejam contratados. Todavia, Tadeu não se mostra otimista com relação à obtenção de resultados dentro de campo nos primeiros meses de sua gestão.
Judas lamenta que o processo eleitoral para escolha do novo presidente tenha se arrastado e só sido definido na metade de dezembro. Segundo ele, foi feito um pedido formal pela sua chapa para que as eleições acontecessem ainda em novembro, o que daria maior tempo para a formação do plantel abecedista para 2016. “O torcedor vai precisar entender que no início não será fácil. Teremos apenas 15 dias para montar o time que vai disputar a Copa do Nordeste e o Campeonato Potiguar. Isso vai interferir muito no nosso desempenho nas competições”, argumenta.
Confira alguns planos de Judas Tadeu para a sua segunda passagem à frente do comando do Mais Querido:
FORTALECIMENTO DO SÓCIO-TORCEDOR
O ABC deve fechar 2015 com um número bem abaixo da meta estabelecida inicialmente pelo clube com relação aos valores de sócio-torcedores. De acordo com dados do “Movimento Por Um Futebol Melhor”, atualmente o alvinegro conta com menos de 2.200 sócios ativos.
O montante não supre as atuais demandas abecedistas, principalmente porque no ano que vem o clube verá parte de suas receitas reduzirem em função do rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro. Em função disso, Judas Tadeu acredita que investir em um programa de sócio-torcedores que ofereça vantagens reais aos associados e faça criar vínculos entre o clube e a torcida é um caminho para criar receitas ativas que supram as perdas das cotas de TV e patrocínios perdidos de uma temporada para outra.
“Eu pretendo fazer com que o sócio-torcedor participe ativamente do dia-a-dia do ABC. Eles precisam ter acesso às decisões tomadas pelo clube, fiscalizar e ser nossos parceiros. Quero o apoio de todos na minha gestão”, conta.
ELEIÇÕES DIRETAS
Uma das formas de fazer com que o sócio-torcedor seja agente ativo dentro do dia-a-dia do ABC será através da criação de eleições diretas para escolha de novos presidentes. Essa é uma das bandeiras que Judas Tadeu levanta e promete levar ao Conselho Deliberativo alvinegro para promover a mudança no estatuto do clube.
Tadeu acredita que a medida fará com que o torcedor se torne ainda mais presente dentro do Elefante e possa ajudar a promover a democracia dentro do clube. A proposta chegou a ser cogitada já para entrar em vigor a partir deste ano, mas acabou sendo revogada em assembleia do CD.
“A eleição direta é extremamente importante para promover a democracia dentro do ABC. O torcedor precisa eleger o seu presidente e ter poder de escolha”, argumenta.
Judas também quer levar o torcedor comum alvinegro, aquele que não pode pagar por um programa de sócios, para dentro do Frasqueirão. Para Tadeu, o ABC não é conhecido como “Clube do Povo” à toa. Ele explica que a gestão Rubens Guilherme/Rogério Marinho tirou do torcedor o direito de chamar o ABC de seu. “Na minha gestão, o ABC voltará a ser do povo”, afirma.
Fonte/NovoJornal
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