Manga
Dia do Goleiro: A partir de 1976, definiu-se como o dia "oficial" a data de 26 de abril, em uma homenagem ao goleiro Manga, que na época era o campeão brasileiro pelo Internacional.
Goleiro de 45 anos
Diga aí: goleiros gostam de ser exigidos para que mostrem eficiência ou preferem sair de campo sem sujar o uniforme? De certo a maioria dirá que é melhor trabalhar menos durante os jogos. Claro que alguns adoram ser bombardeados com chutes e cabeceios de adversários, um deles o ex-goleiro Manga, o Manguita, imbatível no quesito longevidade no Brasil.
O pernambucano Aílton Correa Arruda jogou até os 45 anos de idade, e comenta-se que ficava irritado quando os adversários não finalizavam contra o seu gol. Gostava de ver a bola rondando a sua área para praticar defesas. E que defesas!
Cara marcada pela varíola, magro, alto, mãos enormes, e com invejável impulsão, contorcia o corpo no ar para espalmar a bola. Talvez por isso geralmente desafiava cartolas a se responsabilizarem por pagamentos de dívidas caso fechasse o gol. Naturalmente os credores do goleiro agradeciam.
Manga jogou futebol profissionalmente de 1957 a 1982. Evidentemente assinou contratos com valores razoáveis nas passagens por Sport (PE), Botafogo, Nacional do Uruguai, Inter (RS), Coritiba, Grêmio, Operário (MS) e Barcelona de Guayaquil, do Equador, até 1982, quando encerrou a carreira. O problema é que gastava mais do que ganhava e tinha que correr atrás do prejuízo. Pessoas ligadas a ele revelam que torrava bolada considerável em jogos de sorte e azar.
Seja como for, com 72 anos de idade completados no dia 26 de abril passado, ainda não garantiu uma aposentadoria tranqüila. Ano passado retornou a Guayaquil para trabalhar em escolinha de futebol destinada a crianças e adolescentes, após dois anos de residência na Flórida, nos Estados Unidos.
Claro que nas preleções para os garotos recorda sua longevidade no futebol. Gaba-se de ter sido campeão juvenil pelo Sport sem sofrer um gol sequer em 1954. Comenta os bons tempos de Botafogo, quando atuou ao lado de jogadores consagrados como Nílton Santos, Garrincha, Didi e Jairzinho, uma patota que levantava canecos rotineiramente e vivia excursionando para a Europa.
Folclórico, Manga provocava flamenguistas às vésperas do clássico com bordões do tipo "o leite das crianças está garantido", ou "já gastei o bicho da vitória contra eles". Tudo ia bem até a final do estadual contra o Bangu em 1967, com vitória botafoguense por 2 a 1. O jornalista João Saldanha (já falecido), torcedor confesso do Fogão, acusou o goleiro de ter sido subornado por Castor de Andrade (já falecido), patrono do Bangu, e o desdobramento da história foi ameaça a mão armada contra o goleiro, que posteriormente teve de se desligar do clube.
Até 1973 Manga ficou no Uruguai. Transferiu-se posteriormente para o Inter e sagrou-se bicampeão brasileiro em 1975/76 ao lado de jogadores como Batista, Falcão, Marinho Perez, Valdomiro e Dadá Maravilha.
Infelizmente teve passagem negativa na Seleção Brasileira. Cometeu falha grotesca no gol de Simões, na vitória de Portugal por 3 a 1 sobre o Brasil na Copa do Mundo de 1966, com eliminação brasileira ainda na primeira fase....
Nome: Aílton Correia Arruda
Data de nascimento: 26/4/1937
Local: Recife - Pernambuco
Sport Recife (1957/1958), Botafogo (1958 a 1967), Nacional de Montevidéu (1968 a 1973), Inter de Porto Alegre (1974 a 1976), Coritiba (1977/1978), Grêmio (1978/1979), Operário (1979) e Barcelona de Guayaquil (1982). Nacional de Montevidéu : Taça Libertadores e o Mundial Interclubes, em 1971, Inter: Bi-campeão brasileiro (1975/1976),Coritiba : Campeão paranaense em 1978 e campeão gaúcho pelo Grêmio em 1979.
Feio, com a cara toda marcada pela varíola, Aílton Correia Arruda só poderia mesmo ter o apelido de Manga. Pernambucano revelado pelo Sport, consagrou-se no Botafogo. Foi um dos maiores fenômenos da posição na história do futebol brasileiro. Arrojado, elástico, autor de defesas impossíveis, tinha quase todos os dedos da mão quebrados. Aliás, mal fechava a mão.
O folclórico Manguinha, de tantas histórias , adorava provocar a torcida do Flamengo. Ás vésperas de clássicos diante do rubro-negro, avisava que já gastara o bicho antecipado.
Manga foi um dos jogadores a sucumbir no fiasco da seleção na Copa de 66, ao falhar muito na derrota por 3 a 1 para Portugal. Num jogo pela seleção, antes disso, por sinal, cobrou um tiro de meta e a bola bateu na cabeça do russo Metreveli, voltando para dentro do gol e empatando o amistoso por 2 a 2.
Na comemoração pelo título carioca de 67, foi acusado por João Saldanha de estar na gaveta do Bangu. Manga, que atuara mal naquela partida, teve de sair correndo do furioso comentarista, e ex-técnico, e, dizem, pulou um muro de três metros de altura da sede do Clube.
Desgastado, foi negociado no ano seguinte com o Nacional de Montevidéu, onde brilhou por seis anos e foi ídolo da torcida. Retornou ao Brasil em 74, para defender o Internacional, e, pelo time gaúcho, foi campeão estatual em 74, 75 e 76 e bicampeão brasileiro em 75/76. Em 77, aos 40 anos, foi convocado para a seleção brasileira, pelo técnico Cláudio Coutinho. Mas ficou na reserva de Leão. Passou ainda pelo Operário-MS, Coritiba e Grêmio e encerrou a carreira no Equador, onde se radicou.
Aconteceu na Concentração:
Na concentração do Botafogo, a tarde era chuvosa. O jeito de combater o tédio era jogar conversa fora. De repente, não se sabe como nem por que, surgiu um papo sobre hierarquia.
Conversa vai, conversa vem, Didi, na discussão, quis saber do folclórico goleiro Manga se ele realmente sabia o que era hierarquia.
- Sei sim, negão! - rebateu Manguinha. - Hierarquia é aquilo que só dirigente grande faz, como pagar a conta do hotel e tomar conta da mala de dinheiro.
Salvo pelo gongo:
Contava o saudoso jornalista Sandro Moreira, que o goleiro Manga estava sentado ao lado da esposa do presidente do seu clube, totalmente deslocado. Não sendo homem de freqüentar reuniões sociais e muito menos de conversas com senhoras finas, estava encabuladíssimo e sem assunto. Angustiado, buscava conversa, quando viu no fundo de um corredor uma mesa de bilhar. Era a sua tábua de salvação. Manga se encheu de coragem, estufou o peito e, muito sério, perguntou à madame: Por acaso a madame joga sinuca ? Não, horrorizou-se a dama. Então leva 40 pontos. Vamos lá ?
Goleiro Comentarista:
O lendário goleiro Manga, já aposentado, foi convidado para ser comentarista, de uma rádio, em uma partida entre dois times amadores. Convite aceito, lá estava Manga na pequena cabine pronto para o jogo. Estádio cheio, não pelo valor da partida, mas simplesmente pela presença do goleiro. Após 5 minutos de jogo, o narrador pergunta: -"Manga, como você está vendo o jogo ?". Manga responde:-"Com os olhos, com os olhos!".
Diga aí: goleiros gostam de ser exigidos para que mostrem eficiência ou preferem sair de campo sem sujar o uniforme? De certo a maioria dirá que é melhor trabalhar menos durante os jogos. Claro que alguns adoram ser bombardeados com chutes e cabeceios de adversários, um deles o ex-goleiro Manga, o Manguita, imbatível no quesito longevidade no Brasil.
O pernambucano Aílton Correa Arruda jogou até os 45 anos de idade, e comenta-se que ficava irritado quando os adversários não finalizavam contra o seu gol. Gostava de ver a bola rondando a sua área para praticar defesas. E que defesas!
Cara marcada pela varíola, magro, alto, mãos enormes, e com invejável impulsão, contorcia o corpo no ar para espalmar a bola. Talvez por isso geralmente desafiava cartolas a se responsabilizarem por pagamentos de dívidas caso fechasse o gol. Naturalmente os credores do goleiro agradeciam.
Manga jogou futebol profissionalmente de 1957 a 1982. Evidentemente assinou contratos com valores razoáveis nas passagens por Sport (PE), Botafogo, Nacional do Uruguai, Inter (RS), Coritiba, Grêmio, Operário (MS) e Barcelona de Guayaquil, do Equador, até 1982, quando encerrou a carreira. O problema é que gastava mais do que ganhava e tinha que correr atrás do prejuízo. Pessoas ligadas a ele revelam que torrava bolada considerável em jogos de sorte e azar.
Seja como for, com 72 anos de idade completados no dia 26 de abril passado, ainda não garantiu uma aposentadoria tranqüila. Ano passado retornou a Guayaquil para trabalhar em escolinha de futebol destinada a crianças e adolescentes, após dois anos de residência na Flórida, nos Estados Unidos.
Claro que nas preleções para os garotos recorda sua longevidade no futebol. Gaba-se de ter sido campeão juvenil pelo Sport sem sofrer um gol sequer em 1954. Comenta os bons tempos de Botafogo, quando atuou ao lado de jogadores consagrados como Nílton Santos, Garrincha, Didi e Jairzinho, uma patota que levantava canecos rotineiramente e vivia excursionando para a Europa.
Folclórico, Manga provocava flamenguistas às vésperas do clássico com bordões do tipo "o leite das crianças está garantido", ou "já gastei o bicho da vitória contra eles". Tudo ia bem até a final do estadual contra o Bangu em 1967, com vitória botafoguense por 2 a 1. O jornalista João Saldanha (já falecido), torcedor confesso do Fogão, acusou o goleiro de ter sido subornado por Castor de Andrade (já falecido), patrono do Bangu, e o desdobramento da história foi ameaça a mão armada contra o goleiro, que posteriormente teve de se desligar do clube.
Até 1973 Manga ficou no Uruguai. Transferiu-se posteriormente para o Inter e sagrou-se bicampeão brasileiro em 1975/76 ao lado de jogadores como Batista, Falcão, Marinho Perez, Valdomiro e Dadá Maravilha.
Infelizmente teve passagem negativa na Seleção Brasileira. Cometeu falha grotesca no gol de Simões, na vitória de Portugal por 3 a 1 sobre o Brasil na Copa do Mundo de 1966, com eliminação brasileira ainda na primeira fase....
Nome: Aílton Correia Arruda
Data de nascimento: 26/4/1937
Local: Recife - Pernambuco
Sport Recife (1957/1958), Botafogo (1958 a 1967), Nacional de Montevidéu (1968 a 1973), Inter de Porto Alegre (1974 a 1976), Coritiba (1977/1978), Grêmio (1978/1979), Operário (1979) e Barcelona de Guayaquil (1982). Nacional de Montevidéu : Taça Libertadores e o Mundial Interclubes, em 1971, Inter: Bi-campeão brasileiro (1975/1976),Coritiba : Campeão paranaense em 1978 e campeão gaúcho pelo Grêmio em 1979.
Feio, com a cara toda marcada pela varíola, Aílton Correia Arruda só poderia mesmo ter o apelido de Manga. Pernambucano revelado pelo Sport, consagrou-se no Botafogo. Foi um dos maiores fenômenos da posição na história do futebol brasileiro. Arrojado, elástico, autor de defesas impossíveis, tinha quase todos os dedos da mão quebrados. Aliás, mal fechava a mão.
O folclórico Manguinha, de tantas histórias , adorava provocar a torcida do Flamengo. Ás vésperas de clássicos diante do rubro-negro, avisava que já gastara o bicho antecipado.
Manga foi um dos jogadores a sucumbir no fiasco da seleção na Copa de 66, ao falhar muito na derrota por 3 a 1 para Portugal. Num jogo pela seleção, antes disso, por sinal, cobrou um tiro de meta e a bola bateu na cabeça do russo Metreveli, voltando para dentro do gol e empatando o amistoso por 2 a 2.
Na comemoração pelo título carioca de 67, foi acusado por João Saldanha de estar na gaveta do Bangu. Manga, que atuara mal naquela partida, teve de sair correndo do furioso comentarista, e ex-técnico, e, dizem, pulou um muro de três metros de altura da sede do Clube.
Desgastado, foi negociado no ano seguinte com o Nacional de Montevidéu, onde brilhou por seis anos e foi ídolo da torcida. Retornou ao Brasil em 74, para defender o Internacional, e, pelo time gaúcho, foi campeão estatual em 74, 75 e 76 e bicampeão brasileiro em 75/76. Em 77, aos 40 anos, foi convocado para a seleção brasileira, pelo técnico Cláudio Coutinho. Mas ficou na reserva de Leão. Passou ainda pelo Operário-MS, Coritiba e Grêmio e encerrou a carreira no Equador, onde se radicou.
Aconteceu na Concentração:
Na concentração do Botafogo, a tarde era chuvosa. O jeito de combater o tédio era jogar conversa fora. De repente, não se sabe como nem por que, surgiu um papo sobre hierarquia.
Conversa vai, conversa vem, Didi, na discussão, quis saber do folclórico goleiro Manga se ele realmente sabia o que era hierarquia.
- Sei sim, negão! - rebateu Manguinha. - Hierarquia é aquilo que só dirigente grande faz, como pagar a conta do hotel e tomar conta da mala de dinheiro.
Salvo pelo gongo:
Contava o saudoso jornalista Sandro Moreira, que o goleiro Manga estava sentado ao lado da esposa do presidente do seu clube, totalmente deslocado. Não sendo homem de freqüentar reuniões sociais e muito menos de conversas com senhoras finas, estava encabuladíssimo e sem assunto. Angustiado, buscava conversa, quando viu no fundo de um corredor uma mesa de bilhar. Era a sua tábua de salvação. Manga se encheu de coragem, estufou o peito e, muito sério, perguntou à madame: Por acaso a madame joga sinuca ? Não, horrorizou-se a dama. Então leva 40 pontos. Vamos lá ?
Goleiro Comentarista:
O lendário goleiro Manga, já aposentado, foi convidado para ser comentarista, de uma rádio, em uma partida entre dois times amadores. Convite aceito, lá estava Manga na pequena cabine pronto para o jogo. Estádio cheio, não pelo valor da partida, mas simplesmente pela presença do goleiro. Após 5 minutos de jogo, o narrador pergunta: -"Manga, como você está vendo o jogo ?". Manga responde:-"Com os olhos, com os olhos!".
Fonte/ONordeste
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