Em nota, entidade reforça que horário foi aprovado em Conselho Técnico da Série A. Jogadores e técnicos reclamaram do desgaste após jogo entre Sport e Corinthians
– A CBF teve todo o cuidado médico ao indicar, em 2015, o horário das 11 horas como uma alternativa à tabela do Campeonato Brasileiro. Estudos científicos contínuos e modernos mecanismos de controle atestam a segurança necessária para a realização das partidas neste horário entre os meses de maio e outubro. A Comissão Nacional de Médicos de Futebol (CNMF) é responsável pelo trabalho de monitoramento e mapeamento completo da situação em cada região do país, iniciado no Brasileirão do ano passado com o acompanhamento in loco de 158 partidas. Vale lembrar que a Copa do Mundo de 2014, por exemplo, teve jogos realizados às 13 horas – diz a nota.
Jogadores e técnicos de Sport e Corinthians reclamaram muito após jogo do último domingo (Foto: Aldo Carneiro (Pernambuco/Press))
A CBF reiterou que em todas as partidas é feito uma avaliação de acordo com o índice WBGT, sigla em inglês para Wet-bulb globe temperature, ou temperatura do globo bulbo molhado. A escala mede o estresse corporal no calor e não depende apenas da temperatura. É considerado índice de risco quando atinge 30º. Segundo a CBF, na Ilha do Retiro, o termômetro do bulbo indicou 27,9º. Entretanto, o técnico Tite afirmou, após a partida, que as condições do jogo eram “desumanas”.
– Para o torcedor que está em casa, fazendo churrasco, (o horário) é muito legal. Para quem trabalha, para o atleta, é desumano. Repito: é desumano. Não adianta meter o pau em mim, porque eu sei o que estou falando – declarou o técnico corintiano.
Jogadores do time paulista ouvidos pelo GloboEsporte.com também relataram que sentiram tonturas durante a partida. O técnico rubro-negro, Oswaldo de Oliveira, também comentou sobre o desgaste provocado pela temperatura na partida.
– No final de qualquer jogo jogado a essa hora aqui no Recife é natural que haja uma exaustão precoce dadas as circunstâncias causadas pela temperatura. Não é questão mental, é física mesmo. O cara está sentindo que está ficando debilitado. Todos nós fomos contrários. Inclusive, o Eduardo Baptista, que trabalhou aqui, foi veemente neste ponto. Falou que o jogo aqui seria muito difícil. É a primeira experiência. Perguntei aos jogadores nesta semana e alguns disseram que tiveram a experiência de jogar neste horário, mas fora do Estado. Como visitantes. Aqui não havia acontecido. É uma coisa que estamos tentando preservar. Em alguns locais fica mais difícil, principalmente dependendo da estação do ano. Maio aqui no Nordeste ainda tem requintes de verão. É muito difícil prever uma temperatura amena nestas circunstâncias, especialmente aqui no Recife. No nosso caso, em particular, é doloroso jogar às 11h. Em outros centros sou partidário que aconteça porque é muito mais atrativo. Vemos famílias nos estádios. É uma coisa que precisa ser melhor elaborada.
Confira a nota da CBF na íntegra:
1 – A CBF teve todo o cuidado médico ao indicar, em 2015, o horário das 11 horas como uma alternativa à tabela do Campeonato Brasileiro. Estudos científicos contínuos e modernos mecanismos de controle atestam a segurança necessária para a realização das partidas neste horário entre os meses de maio e outubro. A Comissão Nacional de Médicos de Futebol (CNMF) é responsável pelo trabalho de monitoramento e mapeamento completo da situação em cada região do país, iniciado no Brasileirão do ano passado com o acompanhamento in loco de 158 partidas. Vale lembrar que a Copa do Mundo de 2014, por exemplo, teve jogos realizados às 13 horas.
2 – O jogo das 11 horas do último domingo (29) foi realizado dentro da margem de segurança necessária. Os atletas não foram submetidos a qualquer situação de risco à saúde. A temperatura máxima atingida à beira do campo no termômetro de bulbo WBGT, cuja utilização é indicada pela FIFA, atingiu 27.9 graus, aferidos e registrados em foto pelo representante da CNMF no jogo, Dr. Fernando Solera.
3 – Ainda que o Regulamento Geral das Competições (RGC), em seu Artigo 8º, item XII, indique a interrupção do jogo para hidratação dos atletas quando a temperatura superar os 28 graus, já havia sido previamente acordado entre o árbitro e o Dr. Fernando Solera que a parada médica seria realizada nos dois tempos.
4 – A adoção do horário das 11 horas pela CBF, sucesso de público nos estádios brasileiros, e os procedimentos médicos correspondentes foram divulgados e aprovados pelos clubes durante o Conselho Técnico da Série A, realizado no dia 10 de março de 2016.
Fonte/GloboEsporte
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