quarta-feira, 1 de junho de 2011

Inglaterra não consegue adiar as eleições da Fifa

A Associação de Futebol da Inglaterra não conseguiu adiar as eleições presidenciais da Fifa. A proposta foi submetida a votação no congresso realizado nesta quarta-feira, em Zurique (SUI), mas, dos 206 votantes, 172 foram contra e apenas 17 federações nacionais a apoiaram, com mais 17 abstenções. Era necessário 75% de adesão para ela ser aprovada. Dessa forma, o suíço Joseph Blatter, na presidência da entidade desde 1998, quando foi o sucessor do brasileiro João Havelange, será reeleito pela terceira vez neste mesmo congresso.

Ele é candidato único, pois o catariano Mohamed Bin Hamman desistiu do pleito após acusações de corrupção. Ele teria pago U$ 40 mil a dirigentes da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe em troca de votos. No congresso, o presidente da FA, David Bernstein, com o apoio da Associação de Futebol da Escócio, discursou tentando convencer os colegas, mas suas palavras encontraram frieza, poucos aplausos e muitas críticas. "Estamos enfrentando uma situação insatisfatória. Estamos sendo criticados por governantes, patrocinadores, mídia e pelo mundo inteiro. Com esse contexto, a eleição se tornou uma corrida de cavalo. Na visão da Associação de Futebol, isso deveria ser evitado pelo bem da Fifa.

Uma coroação sem oponente resulta em um mandato sem autoridade. Peço um adiamento para que um candidato se apresente e entre na competição. Só assim haverá credibilidade", argumentou. O principal descontentamento da Inglaterra diz respeito à eleição para a sede da Copa do Mundo de 2018, vencida pela Rússia. Com apenas dois votos no pleito, o ex-presidente da Associação de Futebol, David Triesman, declarou em uma audiência no parlamento inglês que alguns membros do comitê-executivo da Fifa, entre eles o brasileiro Ricardo Teixeira, pediram propina para apoiar a candidatura.

O argentino Julio Grondona, vice-presidente sênior da Fifa e mandatário da Federação Argentina, pediu a palavra, subiu no palco e foi um dos críticos mais ferrenhos das palavras do britânico, chegando a chamar os ingleses de piratas. "Nós sempre somos atacados pela Inglaterra, geralmente com mentiras, graças a um jornalismo que se preocupa mais com mentiras que com a verdade. Isso chateia muito a família da Fifa. Parece que a Inglaterra está sempre reclamando, então, por favor, eu peço que você (Bernstein) deixe a família da Fifa em paz e, quando for falar, diga a verdade", disparou.

O presidente da Federação da República Democrática do Congo também não mediu suas palavras. "Somos todos contra pessoas que fazem acusações infundadas. Quem acusa, precisa mostrar evidências. A Fifa pertence a 208 federações nacionais, não a apenas uma, e nós não podemos procurar soluções por meio da mídia ou do Parlamento", afirmou. Além da Copa de 2018, também há acusações contra a escolha do Catar como sede da edição de 2022. O ex-presidente da Concacaf, Jack Warner, revelou um e-mail no qual o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, afirma que Bin Hamman, homem forte da candidatura, quer comprar a entidade como comprou a o Mundial.

Fonte/Superesportes

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