Uma carreira recheada de conquistas, agora na Terceira divisão do Campeonato Cearense. Se para muitos jogar futebol é sinônimo de salários altos, glamour e luxo, para Dema, 44 anos, atleta do Uruburetama, a paixão pelo esporte são os combustíveis que o movem a continuar.
Domingo, 16 de outubro de 2010. Estádio Antônio Cruz, bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza. O Maguary recebe o Uruburetama pela 6ª rodada da fase final da Terceirona cearense. De um lado, Dema e seus companheiros, em estrutura modesta e condições simples. Do outro, o histórico e lendário Sport Club Maguary, comandado pelo treinador Mirandinha, e apoiado pela torcida na arquibancada.
Mas dentro das 4 linhas, a experiência faz a diferença. Ganhar, todos querem. Poder ganhar é diferente. Falta despretensiosa no meio campo do Uruburetama. O baixinho camisa 10 do time amarelo levanta a cabeça, pega a bola, coloca onde o juiz apontou. Dá outra olhadinha para a composição de seu time no ataque. Então, ele chuta a bola no local mais populoso do campo. No bate rebate, a redonda quica na frente do atacante, que bate de voleio e marca o gol da vitória dos visitantes. Um golaço. Fruto da visão de jogo de quem já conta com cerca de 30 anos de futebol.
Invicto
O Uruburetama Futebol Clube, está a três rodadas de sagrar-se campeão invicto da Terceira divisão do Campeonato Cearense e garantir o acesso para a Segunda divisão do Estadual de 2012. E à frente do sucesso desta equipe, está o capitão e camisa 10 Edilson Cardoso Soares, o veteraníssimo Dema, conhecido por todos que acompanham o futebol cearense.
Idolatrado na equipe interiorana, Dema corre em campo como um menino, atrás da bola e dos adversários. Antes meio-campista ofensivo, o camisa 10 hoje voltou a sua real posição de origem: é primeiro volante de marcação, responsável por fazer a ligação da defesa com o meio-campo e anular as jogadas ofensivas do time adversário.
Imortal
A camisa 10, seja no que time que for, tem uma mística especial. Quem a veste, sente o peso da responsabilidade de levar nas costas o símbolo do talento, da garra e da esperança de toda uma torcida.
A faixa de capitão. Quem a leva no braço, tem a missão de comandar dentro de campo todos os guerreiros uniformizados, sendo um representante da instituição, dos torcedores, dos simpatizantes. Um grito que é ouvido e obedecido pelos comandados. Parece que há um encantamento nela, que transforma e diferencia simples homens de heróis imortais.
Nesta mistura de consagração e esquecimento, Dema é exaltado por companheiros e adversários, como se perder no futebol para ele fosse perder uma aposta para um adivinho.
E Dema, o que diz de tudo isso? “Acho que tenho que dar os parabéns para mim mesmo”. Quem mais poderia proferir tal frase sem demonstrar soberba? Somente o herói azul-amarelo da camisa 10 e faixa de capitão no braço.
Fonte/TVDiário
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