O The Strongest, uma das mais maiores equipes da Bolívia e adversário costumaz de clubes brasileiros na Copa Libertadores, ...
AIZAR RALDES/AFP/Getty Images
Pablo Escobar Comemora Gol The Strongest Internacional Libertadores 21/03/2012
Com dois meses de salários atrasados, os jogadores não treinaram em protesto e exigiram que a diretoria quite as dívidas antes do jogo de domingo, contra o Nacional de Potosí, pelo Campeonato Boliviano. Para piorar, o presidente do clube, Kurt Reintsch, está preso, sendo investigado por fraude fiscal.
Quem está no comando da greve é um velho conhecido dos torcedores brasileiros: o atacante Pablo Escobar, ex-seleção da Bolívia, que jogou por três anos em equipes do Brasil, como Ipatinga, Ponte Preta, Botafogo-SP e Mirassol.
Foi no Santo André, porém, que ele ganhou um curioso apelido, que o fez aparecer com frequência na televisão: "Ibrahimovic do ABC paulista", devido à semelhança física com o craque do PSG e da seleção sueca.
"O Ibra mesmo é o famoso, não eu. Eu era o Ibra do ABC (risos). Quando me colocaram esse apelido, eu só dava risada. Era por causa do cabelo e também do nariz grande. Queria mesmo é ter o salário e a conta bancária dele (risos)", brincou Escobar, em entrevista à Rádio ESPN.
Conhecido pela simpatia e pelo sorriso fácil, o atacante, maior artilheiro da história do The Strongest, fica sério quando o assunto muda para os salários atrasados. O atleta conta que seus companheiros de equipe, além de comissão técnica e roupeiros, estão passando por muitas dificuldades financeiras.
"Temos um compromisso da diretoria, que garantiu que vai honrar a dívida que tem conosco. Tomara que seja assim, pois temos nossas necessidades. A gente tem uma vida normal, precisa pagar aluguel, escola dos filhos... Precisamos receber nosso salário pra viver", reclama Pablo, que é um dos atletas que ajuda os mais necessitados do elenco.
"Nosso grupo é muito unido, então a gente se ajuda. Quem tem um pouco mais ajuda quem precisa. Os médicos, treinadores, roupeiros, também estão em dificuldade, principalmente os roupeiros e os garotos da base", afirma.
Escobar também disse que acompanha a situação dos clubes em dificuldade financeira do Brasil, como o Botafogo, que chegou a ver os atletas não treinarem devido a atrasos salariais. O boliviano (que na verdade nasceu no Paraguai, mas se naturalizou) diz ficar desolado quando vê notícias sobre o assunto nos sites brasileiros que acompanha.
"É muito triste. Pense nisso: se no Brasil, que é o país do futebol e tem um poderio econômico muito grande, isso acontece, imagina aqui na Bolívia. O The Strongest é um time grande daqui, junto com o Bolívar é o maior, e olha só a situação em que está...", lamenta.
"E nosso presidente ainda está preso... Está tendo que resolver tudo de dentro da cadeia", completa.
Apaixonado por La Paz, onde vive com a mulher e três filhos, Pablo Escobar já nem sente mais os efeitos da altitude de 3,6 mil metros da cidade. Apesar de adorar a vida que leva na Bolívia, ele admite que gostaria de, se possível, voltar ao futebol brasileiro, mesmo com muitos clubes do país passando por dificuldades financeiras.
"O futebol daí é maravilhoso, foi a melhor experiência da minha carreira. Sou feliz aqui, pois sou o maior artilheiro da história do clube, a torcida me adora, mas no Brasil é diferente. O Brasil tem praia, pra começar (risos). Quando acaba o campeonato aqui, minha esposa já pede: 'Vamos pro Brasil!'", relata.
Fonte/MSN
Nenhum comentário:
Postar um comentário