sábado, 27 de junho de 2015

Ídolo, eterno

- A história de títulos foi construída à base de muita disposição e com jogadores que foram alçados a condição de craques e ídolos da Frasqueira. O maior de todos foi Alberi, craque da camisa 10 na década de 70. Para se ter ideia da importância do jogador para o futebol do Rio Grande do Norte, ele é, até os dias atuais, o único atleta que jogou por aqui a conquistar uma bola de prata (prêmio as melhores da temporada), quando vestia a camisa do ABC, na temporada de 1972. Arquivo TN Alberi, um dos maiores da história do Alvinegro recebeu o prêmio a “Bola de Prata” como o melhor do País em sua posição, em 72Alberi, um dos maiores da história do Alvinegro recebeu o prêmio a “Bola de Prata” como o melhor do País em sua posição, em 72 “O ABC faz parte da minha família. Vem de Recife para Natal, para tentar mostrar meu futebol, já que não estava tendo espaço no Santa Cruz/PE. E foi aqui que achei a minha felicidade, na cidade e no ABC. Marcou a minha vida e carreira, porque consegui me destacar, conquistar títulos e até hoje sou reconhecido pelos torcedores quando apareço. Me adaptei muito bem ao clube. Quando fazemos um bom trabalho e parte da história de um clube, o torcedor não esquece. Dizem que o brasileiro tem a memória fraca, mas isso não existe, porque se lembram de mim até hoje”, afirma Alberi. Mas, não só de Alberi foi feita a história de ídolos abecedistas. O primeiro foi Jorginho, ainda nos anos 50/60. Depois, mesmo com pouco tempo no clube, marcou seu nome. O lateral esquerdo Marinho Chagas, que também recebeu a bola de prata em 72 (já defendendo o Botafogo/RJ) e disputou a Copa do Mundo de 74, pelo Brasil. Outros nomes também estão eternizados na mente dos torcedores: Noé Soares e Noé Silva, Jorge Demolidor, Odilon, Hélio Show, além de Danilo Menezes, uruguaio que fez sucesso em Natal e, mais recentemente, Sérgio Alves, Ivan e Wallyson, último grande ídolo alvinegro. saiba mais ◾100 anos de paixão e vitórias ◾Arquitetos da história ◾No rádio e na internet “Para mim foi uma satisfação muito grande vestir a camisa do ABC por cinco temporadas, conquistando quatro títulos e sendo artilheiro em todas as competições que disputei por esse clube. Fazer parte da história abecedista, nesse centenário, é uma honra. Infelizmente, tive que parar de jogar profissionalmente, mas queria poder estar vestindo a camisa do ABC. Torço para que o clube seja feliz, conquiste títulos, que ele chegue a primeira divisão do Brasileiro. Ele estando bem, eu fico feliz. Quando perde, fico triste. Tenho muito carinho e respeito e sempre vou torcer pelo ABC”, Sérgio Alves. Outro ídolo do clube, Danilo Menezes, não só fez uma dupla implacável com Alberi, como adotou Natal como sua cidade. Ele, que nasceu no Uruguai, veio do Vasco da Gama, aos 28 anos, para entrar na história do clube, como um dos maiores meias que já vestiram a camisa abecedista nestes 100 anos de história. “Fico lisonjeado pela torcida ter esse carinho comigo. Desde a época que cheguei a Natal e que hoje torço pelo ABC, passaram grandes jogadores e eu faço parte disso. Tivemos grandes atletas, como Capitão Edson, Alberi, Maranhão, Reinaldo... todos grandes jogadores. Eles faziam pelo ABC, o que hoje, muitos atletas não fazem. Sou grato ao ABC, e a essa torcida. Tudo que um homem pode querer na vida, foi realizado aqui em Natal, tive meus filhos, fui campeão e entrei para a história do clube”, agradece Danilo Menezes. Quase 100 dias que marcaram por 100 Uma das maiores passagens desses 100 anos do ABC, aconteceu em 1973. O clube foi convidado para fazer uma excursão pela Europa, Ásia e África, na viagem mais duradoura, até hoje, de um clube de futebol fora do país. Foram quase 100 dias, entre agosto e dezembro daquele ano, jogando em campos nunca antes explorados, que rendeu mais uma marcar expressiva para o clube: a maior invencibilidade de um time brasileiro contra uma equipe estrangeira. Ao todo, são 14 partidas sem saber o que é derrota. “Fomos representando a CBD (antiga CBF) e tudo que foi prometido, o empresário pagou. A excursão em si, foi muito boa. Não tivemos problemas nenhum, só uma pequena confusão entre Alberi e Prudêncio (Sobrinho, diretor do ABC), mas, coisa de viagem mesmo. Lógico que a saudade atrapalhava um pouco, gente chorava. Agora, o mais importante foi o fortalecimento da nossa amizade entre os jogadores, porque ficamos muito tempo longe das nossas casas, das nossas famílias e só tínhamos uns aos outros para conversar”, relembra Danilo Menezes. O ABC esteve na Turquia, Grécia, Romênia, Iugoslávia, Líbano, Etiópia, Somália, Uganda e Tanzânia. Na Somália o ABC venceu a equipe local Kifnave por 4x0. O detalhe era que o campo, de areia, tinha que ser aguado constantemente durante a partida, para a bola poder rolar mais facilmente. Na Grécia, o Alvinegro acabou sendo derrotado pelo Panathinaikos por 2x0 e o detalhe da partida foi de que os dois gols do jogo foram marcados pelo atacante Pruska, que era brasileiro. Para o eterno camisa 10 do ABC, Alberi, a excursão para o outro lado do oceano Atlântico, foi um verdadeiro presente antecipado para os jogadores, que puderam conhecer outras culturas, outros povos e outros campos de futebol. “Somos o único clube do Brasil que passou quase três meses jogando na Europa, Ásia e África. Tivemos a oportunidade de conhecer outros países. A Romênia é um país muito lindo, tranquilo. Foi uma viagem boa para todo mundo, tipo um presente de fim de ano. É difícil conhecer o que conhecemos. Fomos muito bem recebidos em todos os países. Isso nos deixou orgulhosos em fazer aquela viagem de ouro que fizemos. Ali, vimos que nossa amizade era maior do que qualquer outra coisa. Todo mundo se ajudando, disposto a fazer a diferença longe de Natal”, finalizou Alberi.
Fonte/TribunadoNorte

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