Durante disputa do Campeonato Nacional, Alvirrubro conquista troféu entre times do Norte-Nordeste. Após 42 anos, Ivan Silva e Mário Braga relembram momento especial

Scala, Ivan Silva, Nunes, Paúra, Mário Braga, Ubirajara, Emidio e Dr. Maeterlinck (em pé); Macarrão (massagista), Almir, Careca, Santa Cruz, Hélcio e Gilson Porto. (Foto: Ribamar Cavalcante/Arquivo Pessoal)Na briga contra Rio Negro, Bahia, Nacional-AM, Sport, Vitória, Tiradentes, Fortaleza, Santa Cruz, Ceará, Remo, CRB, Sergipe, Moto Club, Náutico e Paysandu, o Mecão teve a melhor campanha em pontos corridos, ficando com o caneco. O América terminou com 11 pontos, apenas um à frente do segundo colocado, o Rio Negro - seguido de Bahia e Nacional. Foram quatro vitórias e três empates, com 11 gols marcados e quatro sofridos.
Apontado como o melhor lateral-direito da história do América, Ivan Silva estava naquele time que conquistou o Nordeste. O passe do então garoto da cidade de Três Rios, no interior do Rio de Janeiro, pertencia ao Madureira. Com 23 anos, ele chegou a Natal emprestado pelo Ferroviário para disputar o Campeonato Nacional de 73. Hoje, aos 64 anos, Ivan destaca um gostinho especial pela Taça Almir.
Ivan Silva guarda faixas de campeão e camisas dos tempos de jogador (Foto: Carlos Arthur da Cruz/GloboEsporte.com)- - O América teve a oportunidade de jogar com grandes clubes e fomos campeões invictos! Foi muito emocionante para mim, até porque eu não tinha nenhum título nacional ou regional. Foi meu primeiro título como profissional e guardo isso no currículo com muito orgulho até hoje. Na minha história como jogador, é uma marca particular bastante forte - conta Ivan.
MÁRIO BRAGA E A PARCERIA COM SCALA
A experiência de Mário Braga também foi importante para essa conquista. O zagueiro, que havia jogado no Flamengo por seis anos na década de 60, foi um dos ferrolhos da defesa americana ao lado de Scala, já falecido. Braga ainda seria campeão estadual três vezes pelo América até encerrar a carreira em 77 com a camisa rubra. Aos 71 anos, o capixaba de Cachoeiro de Itapemirim continua morando em Natal e não esquece da parceria com o companheiro de zaga, nem da marcante passagem que teve no time alvirrubro.
Troféu da Taça Almir está guardado na sede do América (Foto: Klênyo Galvão/GloboEsporte.com)- - Eu cheguei para disputar o Campeonato Nacional da época e já estava definido que íamos jogar a Taça Almir. Era um Nordestão disfarçado (risos). Era o mesmo jogo valendo para as duas competições. Foram vários jogos que marcaram muito nossa memória. Lembro muito da minha parceria com Scala… A gente dividia a faixa de capitão. Foi uma época muito boa. E mesmo com todo respeito que tenho pelo Flamengo, digo que no América tive uma das passagens mais brilhantes da minha carreira - admitiu.
- A conquista do título da Taça Almir até hoje permanece na memória da família alvirrubra. Considero uma das maiores conquistas da história do América, que viveu uma das melhores fases na década de 70. A partir da conquista, a equipe passou a ser respeitada pelos grandes clubes do nosso país. Todos os jogadores se destacavam pelo alto nível técnico, mas sempre tem um que a torcida admira mais. E o Hélcio era fora de série! Dentro de campo, o líder era ele. Com muito talento, ele comandou o América, que tinha um elenco fabuloso com Scala, Mário Braga, Ivan Silva, Ubirajara e Santa Cruz - disse o pesquisador.
Pôster da Revista Placar com o América campeão da Taça Almir em 73 (Foto: Reprodução)
Na campanha que culminou no título, o América empatou com Rio Negro na estreia, no dia 25 de agosto de 73, venceu Sergipe e Ceará, e teve outro empate, diante do Santa Cruz. Depois, superou o Remo fora de casa e empatou com o Vitória em Natal. No dia 27 de outubro, encerrou sua participação na Taça Almir com uma vitória sobre o Náutico, no Castelão.
Já se passaram 42 anos do feito americano e ainda hoje os campeões daquela época são lembrados por terem levantado a taça, levando o América-RN a ser o primeiro clube do estado a ser campeão regional. Ivan Silva garante que o reconhecimento, tantos anos depois, só aumenta o orgulho de ter defendido as cores vermelha e branca.
- É uma emoção muito grande quando, depois de mais de 40 anos, você ainda é lembrado por uma conquista. Qualquer ex-jogador de futebol ficaria muito feliz e muito emocionado em relembrar sua história no ano do centenário do clube. Tem jogador que sofre muito pelo esquecimento. Ser lembrado, e bem lembrado, por um grande título, é muito importante para nós - disse Ivan, emocionado.
almir pernambuquinho
Almir jogou no Santos bicampeão mundial (Foto: Reprodução / Livro 'Na Raça' - Editora Realejo)A competição que homenageia Almir teve uma única edição, disputada por 16 equipes do Norte-Nordeste conjuntamente com o Campeonato Nacional, no ano da morte do ex-meia e foi conquistada de forma invicta pelo América-RN.
Fonte/GloboEsporte
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