Principal goleador do Icasa com 88 gols, Marciano quer seguir o caminho do pai. Deu um tempo, mas garante que não parou de jogar
A decisão pela parada momentânea ocorreu após o título pelo River-PI, no Campeonato Piauiense de 2014. Marciano teve seis meses para se preparar durante todo o dia para o concurso de delegado civil do estado do Ceará. O centroavante fez 91 pontos, um a menos que o necessário para passar. Entretanto, conseguiu êxito em um cargo para segurança pública em Salvador.
“Continuo advogando. Área trabalhista. Os contatos que fiz dentro de futebol me ajudam. Tenho trabalhado em algumas causas. Os clubes às vezes não pagam os valores que o atleta tem direito, muitas vezes fica faltando dois salários. Entro com uma ação para cobrar”, revelou o advogado que passou de primeira no exame da OAB.
“Nunca deixei de estudar. Sempre tentei conciliar o esporte com a faculdade. É tanto que foram 10 anos para me formar”, completou o pós-graduado em direito esportivo.
Casado e pai de um casal, o piauiense de Oeiras tem atualmente residência individual na terra soteropolitana por um período total de quatro meses. O curso para assumir o cargo é integral (manhã e tarde). Nas noites, Marciano tenta estudar. Uma história bem distinta em relação a vários atletas do futebol brasileiro.
“Eu não tive uma infância difícil. É complicado. O adolescente não tem nada, de uma noite para o dia o cara tá ganhando R$ 50, R$ 80 mil. Se você não tiver uma base estruturada, pode se complicar. ‘Eu vou estudar para quê se eu ganho isso?’ Dinheiro às vezes voa se você não sabe aplicar. (O estudo) é bom para o futuro também. Você acaba tendo uma ocupação. Você sentirá falta quando for encerrar a carreira. Um cara acostumado a ter o nome gritado pelo torcedor, por exemplo”, comentou. Mas aos 35 anos, ele garante que ainda não se aposentou.
Icasa
Autor de 88 gols com a camisa alviverde, Marciano ainda sonha em retornar ao clube. No entanto, está magoado com a atual gestão. O Verdão do Cariri é um dos rebaixados à Série D do Campeonato Brasileiro.
“O Icasa tem uma representatividade inimaginável na minha vida. Eu acho que fui o primeiro contrato profissional. Quando eu comecei, não tinha nada, o CT era só areia. O que tá acontecendo no Icasa me deixa com uma tristeza imensurável. É ver tudo que eu, meus companheiros e o Zacarias fizemos no ralo”, completou.
Fonte/TribunadoCeará
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