sábado, 30 de janeiro de 2016

Ex-personagens que fizeram história no clássico Potiba



Apesar de ser um clássico que não recebe muita atenção dos grandes centros da imprensa brasileira, quando comparado a tantos outros das regiões Sul e Sudeste, a história do clássico Potiba é recheada de jogos memoráveis e de atletas que tiveram bastante identificação com a torcida. É o caso, por exemplo, de Agnaldo Fidélis, ex lateral-esquerdo do Baraúnas, formado nas categorias de base do Flamengo e que atuou durante cinco anos no Tricolor.  Agnaldo foi comentarista da 93 FM até o mês de novembro de 2015, mas teve que deixar a profissão depois que aceitou ser auxiliar técnico do Baraúnas.
Agnaldo participou da conquista do Campeonato Estadual de 2006 pelo time mossoroense, o principal título do Tricolor.  De acordo com o jogador, a sensação é única, inexplicável, e ímpar. Ele lembra que quando pequeno tinha o sonho de ser um jogador profissional e jogar um clássico na sua cidade, seja por potiguar ou Baraúnas. O ex-jogador disputou inúmeros Potibas. Um deles não sai da sua memória, que foi o do ano de 2006.
“Lembro bem da Copa do Brasil. Fizemos uma ótima competição que ficou na memória de todos, inesquecível. Mas a maior de todas as lembranças foi quando rompi os ligamentos do joelho e fiquei sem jogar durante 4 meses. Foi quando me recuperei e voltei no jogo da final contra o Potiguar, onde faltando 2 minutos para acabar a partida, dei um carrinho evitando o gol do título do Potiguar. Sonho até hoje com esse lance”.
Quando era semana de clássico, Agnaldo conta que a expectativa para que se chegasse logo o dia do jogo era muito grande. “O trabalho era sempre focado durante a semana, com todo mundo correndo, para chegar o dia e depois de tanto trabalho, jogar o clássico e ser premiado com uma vitória. Nada tinha maior valor do que isso”. Com tanta ansiedade para jogar uma partida tão importante, os jogadores só pensavam na vitória. Quando a derrota vinha, Agnaldo afirmou que era difícil levantar o astral para o jogo seguinte e que era preciso ter um psicológico muito bom e um trabalho especial da comissão técnica. “Perder o clássico era sempre ruim. Você trabalhava durante toda a semana e de repente vai lá e mesmo jogando bem as vezes é derrotado. Quando não jogávamos bem reconhecíamos a superioridade do adversário”.
Agnaldo revelou também que na maioria dos jogos contra o Potiguar existia um incentivo financeiro por se tratar de uma partida de muita história e rivalidade. De acordo com ele até mesmo torcedores ofereciam algum incentivo. “Isso é bacana quando acontece, e posso afirmar que em 99% dos jogos com clássico tem esse incentivo financeiro. Era uma festa só”.
JÚNIOR XAVIER
Outro ex-jogador que mudou a história do Potiguar, foi Valdemiro Queiroz Xavier, o Júnior Xavier, atuou pelo clube de 1980 a 1983 e depois nos anos de 1995 e 1996. Xavier jogou vários clássicos e explica que sempre na semana da partida, os treinamentos e a maneira de se prevenir para evitar lesões eram diferentes. “A semana era muito diferente e o cuidado era maior para evitar lesões. Como são apenas dois ou três clássicos por ano, ninguém queria perder. Quando você vence é uma satisfação tremenda, mas a derrota é uma frustração”. Júnior afirma também que o papel da imprensa era fundamental, já que promovia a partida entre os dois clubes e convocava a torcida ao estádio. Ele recorda de uma entrevista que concedeu a uma emissora de rádio que acabou influenciando no jogo.
“Teve um dos jogos contra o Baraúnas que a imprensa procurou motivar de todas as maneiras e perguntou a Vilberto goleiro do Baraúnas se ele tomaria gol, e para mim se eu faria. Eu prometi gol e fiz dois. Vilberto correu atrás de mim quando fui buscar a bola no fundo da rede”.
Júnior (2015) afirmou que vencer o Potiba ocasionava premiações, mas os outros jogos não. “Em outros jogos, na época que comecei, não existia premiação, mas no Potiba era diferente. Tinha dirigentes e torcedores que davam dinheiro. A parte financeira ela muda muito. Ninguém queria perder”. Já para outro ex-jogador do Potiguar, Onesimar Carneiro (2015), zagueiro que atuou pelo clube alvirrubro de 1980 até 1991, um clássico poderia fazer com que o jogador fosse do céu ou ao inferno. “Perder um clássico era como se tivesse perdido tudo. E vencer um clássico era mesmo que ganhar o campeonato. Podia estar no céu ou no inferno”.
Ele conta também que na semana do clássico era o momento de valorização, e que a premiação em caso de vitória já era estipulada logo na segunda-feira, quando a partida era disputada no domingo. “Já recebi muita coisa dados pelos próprios torcedores quando eu fazia gol em um clássico. Logo no início da semana estipulavam a premiação”.
Fonte/RamonNobre

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