terça-feira, 10 de maio de 2016

Com dores, Marcos Assunção perde prazer de jogar e se aposenta

A hora de pendurar as chuteiras é temida por muitos jogadores de futebol. Alguns convivem bem com o momento, outros postergam ao máximo. Nesta terça-feira, o volante Marcos Assunção anunciou sua aposentadoria. Aos 39 anos, o jogador do Sampaio Corrêa admitiu que “perdeu o prazer” em atuar.
“Muitas coisas se passaram para eu tomar esta decisão. Quando já não se faz mais o que se fazia antigamente, não dá para continuar. Não conseguia treinar por conta das dores e fui parando com o tempo. Ninguém aqui do Sampaio me pediu para tomar essa decisão. Minha mente queria continuar, mas meu corpo não permitia. É uma decisão triste, já que me dediquei tantos anos ao esporte, mas é o começo de um novo ciclo”, disse Marcos Assunção em entrevista à Gazeta Esportiva .
Muito emocionado, o jogador admitiu que não foi fácil tomar a grande decisão. Após 22 anos dedicados ao futebol, Marcos já vinha pensando em deixar os gramados. “Não tinha vontade de acordar cedo e ir treinar. Quando não se tem mais essa vontade, que foi grande durante minha carreira, é hora de parar”, acrescentou.
Pai de dois filhos, Assunção compartilhou a decisão com seus familiares. Dentro de casa, a notícia foi recebida com “felicidade”, principalmente por um membro especial da família.
“Minha família entendeu. Eles sabem que me doei ao futebol, e que já joguei demais. Agora terei mais tempo para os meus filhos. O mais velho, de 12 anos, gosta quando eu fico em casa, de jogar videogame, e quando o levo para a escolinha de futebol. A vida de jogador é muito complicada, com muitas viagens e concentração”, exaltou o “paizão”.
Nascido e criado em Caieiras, município periférico do Estado de São Paulo, Assunção é o mais velho de três irmãos. Revelado no Santos, o ex-volante defendeu as cores de grandes times do futebol nacional e internacional. O atleta ficou marcado por suas cobranças excepcionais de falta, como na final da Copa do Brasil de 2012, diante do Coritiba, quando levantou uma bola na medida para Betinho anotar o gol do título.
A primeira passagem de Assunção no futebol internacional foi na Roma, após boa temporada no Santos. Na Itália, o volante jogou entre 1999 e 2002, conquistando o Campeonato Italiano (2000/01) – em um time que contava com Cafu e Aldair. O momento mais marcante do ex-Santos no futebol europeu, porém, foi vestindo a camisa do Real Betis onde atuou em 143 partidas, marcando 29 gols e levantando a taça da Copa do Rei da Espanha (2004/05).
“Eu sai de uma família humilde, onde meus pais trabalhavam muito para sustentar eu e meus três irmãos. Comecei a treinar no Rio Branco e, quando realizei meu primeiro treino na equipe dos Santos, lembro de voltar para casa e falar para os meus pais que eles não precisariam mais trabalhar. Tenho muito orgulho de ter ido para o Santos, pois isso me permitiu colocar comida em casa. Tive uma vida muito feliz e vitoriosa, por tudo que conquistei no meio do futebol”, analisou o volante.
Mesmo com a aposentadoria, Marcos Assunção não deixará de respirar o esporte que lhe proporcionou uma vida melhor. O futuro, entretanto, não será como técnico, ideia a qual refutou, admitindo que a vida dos comandantes é “uma segunda vida de jogador”.
“Já me inscrevi em dois cursos de gestão do futebol, começo na próxima semana. Tenho três opções para o futuro: gerente, empresário e técnico. No momento, técnico é a profissão que menos me interessa. Aqui no Brasil, muitas vezes o treinador perde dois ou três jogos e é mandado embora. É muito sacrifício”, finalizou o ex-jogador.
Fonte/GazetaEsportiva


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