A festa após o jogo na arquibancada e no campo foi pelo acesso. E, a rigor, não havia motivo para deixar de celebrar. Matematicamente, a volta à primeira divisão acontecerá com vitória sobre o Criciúma, fora de casa, na próxima rodada. No entanto, o 1 a 0 deste sábado sobre o Bahia, no Engenhão, praticamente não deixa margem para dúvidas: o alvinegro voltou à elite.
Outra razão para a festa antecipada é a tabela. Os dois próximos jogos são fora de casa — depois do Criciúma virá o Luverdense. Sendo assim, é muito provável que o time volte ao Rio já classificado.
Não é propriamente a imposição de seu jogo, um domínio avassalador sobre seus rivais que vem conduzindo o Botafogo de volta à Série A. É a capacidade de, mesmo com todas as dificuldades que rondaram a formação do elenco, de reunir jogadores que, tecnicamente, são capazes de produzir lances que a imensa maioria dos rivais da segunda divisão não é capaz de fazer.
Foi assim que Neílton criou belo lance que quase resultou em gol, aos dez minutos. Foi graças à lucidez de Daniel Carvalho que Sassá recebeu bola preciosa na área para acertar a trave, aos 22. E, por fim, foi após a bonita tabela que construiu com Ronaldo que Neílton tocou para fazer o gol da vitória, aos seis do segundo tempo.
Porque o controle dos jogos raramente pertenceu ao Botafogo nesta caminhada. Neste sábado, por exemplo, o time organizado, que trocava passes com rapidez para envolver o Bahia, existiu por 15 minutos, aproximadamente. Seja porque Daniel Carvalho não é um jogador de extrema mobilidade, seja porque não é a todo instante que Neílson e Sassá, têm concentração para fazer a recomposição, o fato é que o meio-campo do Botafogo se viu em inferioridade na metade final do primeiro tempo. Jéfferson evitou gols em cabeçada de Gabriel Valongo e em chute de Kieza, este último em lance perigoso no interior da área.
No segundo tempo, Ricardo Gomes terminou o jogo com um time ainda menos equilibrado na parte defensiva, com Daniel Carvalho, Lulinha, Diego Jardel e Ronaldo, que entrara no lugar do machucado Sassá. Mas houve muita aplicação para não se expor tanto. O jogo ficou aberto, porque o Bahia também se abriu. Nos contra-ataques, o Botafogo quase ampliou.
BOTAFOGO 1 X 0 BAHIA
Árbitro: Daniel Nobre Bins (RS)
Auxiliares: Alexandre Kleiniche (RS) e Elio Nepomuceno Junior (RS)
Público/renda: 17.531 pagantes/R$ 578.320,00
Cartões amarelos: Gustavo, Victor e Eduardo (Bahia)
Cartões vermelhos: -
GOL: Neilton (5'/2ºT)
BOTAFOGO: Jefferson, Luís Ricardo, Roger Carvalho, Renan Fonseca e Carleto; Rodrigo Lindoso, Willian Arão, Camacho (Diego Jardel, 26'1ºT), e Daniel Carvalho; Neilton (Lulinha, 19'/2ºT) e Sassá - Técnico: Ricardo Gomes
BAHIA: Douglas Pires, Railan (Maxi Biancucchi, 32'/2ºT), Gabriel, Gustavo, Victor; Paulinho Dias, Souza, Eduardo, Tiago Real (Rômulo, 15'/2ºT); Kieza e Roger (João Paulo Penha, intervalo) - Técnico: Charles Fonte/Estadão